terça-feira, 2 de setembro de 2008

África junta em Lusaka no adeus a Mwanawasa



Pelo menos 15 chefes de Estado e de Governo africanos confirmaram a sua presença hoje, em Lusaka, para participar nas cerimónias fúnebres do Presidente zambiano, Levy Mwanawasa, falecido a 19 de Agosto último num hospital militar na França. O Presidente da República, Armando Guebuza, encontra-se na capital zambiana desde o fim da tarde de ontem, acompanhado da primeira-dama, Maria da Luz Guebuza, e do Vice-Ministro dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Henrique Banze.

Ontem, Guebuza e esposa, acompanhados por Henrique Banze e pela Alta-Comissária de Moçambique na Zâmbia, Maria Leocalda Mathe, foram ao palácio presidencial prestar homenagem a Mwanawasa, antes de serem recebidos pela viúva do malogrado, Maureen Mwanawasa, a quem apresentaram condolências. Armando Guebuza ainda assinou um livro de condolências, no qual deixou registada uma mensagem de reconhecimento ao papel desempenhado por Levy Mwanawasa no contexto do desenvolvimento da Zâmbia, em particular, e da região e do continente, em geral.

Entre os dignitários presentes no funeral de Mwanawasa destacam-se o Presidente do Zimbabwe, Robert Mugabe e o líder do Movimento para a Mudança Democrática (MDC), Morgan Tsvangirai. Estão igualmente presentes os presidentes da Tanzania e em exercício da União Africana, Jakaya Kikwete, da África do Sul e em exercício da SADC, Thabo Mbeki, da RDCongo, Joseph Kabila, da Gâmbia, Yahya Jammeh, do Chade, Idriss Deby, do Ghana, John Kufuor, do Botswana, Ian Khama, da Namíbia, Hifikepunye Pohamba, do Malawi, Bingu Wa Mutarika, este último acompanhado pelo seu predecessor, Bakili Muluzi.

O Lesotho e a Suazilândia enviaram para a cerimónia respectivamente o primeiro-ministro e o vice-primeiro-ministro, enquanto países como a China e a Libéria destacaram os respectivos ministros dos Negócios Estrangeiros.

O serviço fúnebre começou com um velório no Tribunal Supremo, onde o corpo esteve depositado durante todo o dia de ontem, devendo ser transferido esta manhã para a sede do Parlamento, local que vai acolher o serviço religioso que, além das tradicionais orações, incluirá intervenções de personalidades como os presidentes em exercício da SADC e da União Africana.

Os restos mortais de Mwanawasa serão sepultados no Parque das Embaixadas, no centro da cidade de Lusaka, onde foi construída uma cripta especialmente para o efeito. Este ritual, de acordo com o programa estabelecido, será acompanhado por um desfile aéreo e uma saudação militar com 21 salvas de canhão.

O corpo de Mwanawasa chegou a Lusaka na terça-feira da semana passada, levado de Paris. Já em território zambiano, o corpo foi levado a percorrer as nove províncias do país, numa iniciativa liderada pela viúva, Maureen Mwanawasa, destinada a permitir que o povo se despedisse do seu ídolo, considerado herói devido à notável dinâmica que imprimiu na vida política e económica da Zâmbia, desde que ascendeu ao poder em 2001.

Atendendo à limitação de espaço no Parque das Embaixadas e considerando a enchente que se prevê, as autoridades zambianas estão desde a última segunda-feira a divulgar mensagens apelando ao público a permanecer em casa, num dia já declarado feriado nacional, a partir de onde poderá acompanhar as cerimónias através da rádio e televisão. 

Enquanto isso, subiu para 18 o número de candidatos à sucessão de Levy  Mwanawasa na presidência do Movimento Multipartidário para a Democracia (MMD), e consequentemente, candidato deste partido à sucessão do malogrado na chefia do Estado.

 

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