terça-feira, 29 de julho de 2008

Direitos Humanos: Amnistia Internacional acusa China de ter quebrado promessa olímpica

A dez dias da abertura oficial dos Jogos Olímpicos, a Amnistia Internacional acusa a China de não ter honrado a promessa de melhorar o cumprimento dos direitos humanos no país. Segundo um relatório divulgado ontem, a situação deteriorou-se mesmo nos últimos sete anos e a competição está a ser usada para reforçar a repressão contra activistas e dissidentes.
O relatório faz um retrato da situação no país desde 2001, ano em que a China foi escolhida para organizar os Jogos de 2008 e se comprometeu junto do Comité Olímpico Internacional (COI) a adoptar medidas para melhorar a situação dos direitos humanos no país, em linha com a Carta Olímpica. 
“Não houve progressos com vista ao cumprimento destas promessas, apenas uma deterioração continuada”, concluiu o autor do relatório apresentado ontem em Hong Kong, sob o título “Contagem decrescente olímpica – as promessas quebradas”. 
Segundo o relator da organização de defesa dos direitos humanos, “as autoridades usaram os jogos Olímpicos como pretexto para continuarem e, em alguns aspectos, intensificarem as políticas e práticas existentes que conduziram a violações graves e disseminadas dos direitos humanos”. 
Nos últimos meses, acrescenta o documento, o regime comunista, reforçou a perseguição a jornalistas, advogados e activistas para “silenciar os dissidentes” à medida que a atenção internacional se centrava na China e, em alguns casos, as autoridades chegaram mesmo a intimidar as famílias dos opositores.
A Amnistia Internacional não poupa também o COI, a quem acusa de incapacidade para forçar Pequim a cumprir o caderno de encargos que assumiu em 2001, “passando a mensagem de que é aceitável um Governo organizar os Jogos Olímpicos numa atmosfera caracterizada pela repressão e perseguição”.
“A menos que se assista a uma mudança radical da parte das autoridades chinesas, a herança dos Jogos não será positiva para os direitos humanos na China”, avisa a organização, que repete o apelo para que o COI e a comunidade internacional convençam Pequim a adoptar medidas rápidas para salvar a face. 
No relatório são apontadas cinco medidas que o país poderá adoptar no curto prazo, que constavam já de uma carta enviada recentemente ao Presidente chinês, Hu Jintao. Entre elas, a “libertação de todos os detidos por delitos de opinião” e a adopção de medidas para “impedir a polícia de proceder a detenções arbitrárias de signatários de petições”. a AI quer também que as autoridades garantam “liberdade total” aos jornalistas que vão acompanhar as Olimpíadas e dêem conta “de todos aqueles que foram mortos ou detidos durante as manifestações de Março de 2008 no Tibete”. Por último pede que sejam publicadas “na totalidade” as estatísticas sobre pena de morte e se aplique uma moratória às execuções.
O Governo chinês já reagiu às acusações que lhe são feitas, sustentando que “aqueles que conhecem a China não podem estar de acordo com este relatório”. “Esperamos que [a AI] tire os óculos fumados que usa há muitos anos para ver que, por fim, consiga ver a China de forma objectiva”.

Falta um pouco de tudo no Centro de Saúde de Kongolote


 O centro de saúde de Kongolote, no Municipio da Matola, ressente-se da falta de pessoal médico para responder à demanda dos seus serviços, principalmente para atender aos casos de maior gravidade, com maior incidência a malária, e “doenças oportunistas” resultantes do HIV/Sida. Este facto foi revelado ao Canal de Moçambique por Aina Rachide, directora técnica daquele centro de saúde. 
Disse ainda que a exiguidade de espaço condiciona o número de atendimentos por dia, pois as seis salas actualmente em uso não satisfazem os anseios da sua instituição, que segundo sustenta, passam por cobrir um cada vez maior número de pacientes do lugarejo. “Mesmo assim a média atinge as 300 ou 400 pessoas por semana, com maior incidência para as crianças dos três aos 10 anos padecendo de doenças diarreicas, gripe, malária e outras com problemas que procuram desparasitação. 
Aina Rachide lamenta a falta de um laboratório de análises. Diz que se recorre ao uso de um sistema pouco eficiente. Chama à atenção para a falta de uma viatura para a evacuação de doentes graves, neste caso para o posto hospitalar de Ndalavela. 
A finalizar, e naquilo que considerou de falta de sentido de oportunidade, Aina Rachide criticou o facto de alguns seropositivos não participarem das palestras ministradas por uma associação não governamental denominada Ocosida, pois nestas “ há mensagens com horizontes definidos e claros para este tipo de doentes” e que acabam continuando sendo desconhecidas para quem delas precisava de conhecer.

segunda-feira, 28 de julho de 2008

Presidente iraniano quer partilhar "base comum" com o Ocidente

O Presidente iraniano indicou, numa entrevista difundida hoje pela cadeia de televisão NBC, que se os Estados Unidos tiverem uma nova abordagem em relação ao Irão, então nesse caso Teerão irá responder positivamente. Mahmoud Ahmadinejad indicou igualmente que quer partilhar uma “base comum” com o Ocidente.
Falando a menos de uma semana do fim do prazo para a resposta de Teerão ao pacote de incentivos oferecido pelo grupo composto pelos EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha (G-6), Ahmadinejad disse à televisão americana que um acordo com o Ocidente depende na sinceridade de uma mudança da abordagem dos EUA face a Teerão.
Os responsáveis ocidentais indicaram que depois do encontro, em Genebra, entre o negociador do dossier nuclear iraniano com o chefe da diplomacia europeia, no dia 19 de Julho, que Teerão teria duas semanas para responder à oferta ocidental do congelamento de novas sanções internacionais contra o país, em troca do congelamento do programa nuclear iraniano. 
O prazo para uma resposta termina no sábado. “Eles ofereceram um pacote [de incentivos] e nós respondemos com o nosso próprio pacote”, disse Ahmadinejad, falando à NBC por intermédio de um tradutor, numa entrevista que a estação de televisão difundiu hoje.
“É muito natural. Num primeiro momento, vamos negociar os itens que tenham uma base comum nos dois pacotes. Se as duas partes conseguirem chegar a um acordo, isso irá ajudar-nos a trabalhar sobre as nossas diferenças, a fim de chegarmos a um acordo”.
Ahmadinejad negou mais uma vez que o Irão esteja a tentar conceber a bomba atómica, tendo dito que as armas nucleares estão desactualizadas. 
Ahmadinejad disse ainda à NBC: “A questão principal aqui é saber se isto [a oferta do pacote de incentivos] é a continuação da antiga abordagem, ou se é uma abordagem totalmente nova. Se isto é a continuação do processo antigo, o povo iraniano precisa de defender os seus direitos e os seus interesses”, disse. “Mas se a abordagem mudar, nesse caso estaremos perante uma nova situação e a resposta do povo iraniano será positiva”. 
Os Estados Unidos alertaram o Irão para a possibilidade de enfrentarem sanções mais pesadas se Teerão não cumprir o prazo. Washington não afasta a possibilidade de levar a cabo uma acção militar, se a diplomacia falhar.

Zimbabwe introduz nova nota de 100 biliões de dólares

Os problemas económicos do Zimbabwe estão a obrigar os zimbabweanos a familiarizarem-se com números gigantescos, na casa dos quatriliões, quintiliões e sextiliões.
Na segunda-feira o governo de Harare introduziu a nova nota de 100 biliões de dólares zimbabweanos (nove zeros) que, no momento, compra dois pães.
A contagem de zeros já se transformou num pesadelo para bancários e lojistas antes mesmo da introdução da nova nota.
Apenas em 2008, o governo do Zimbabwe devastado pela hiperinflação já lançou notas de 100 milhões, zimbabweanos.
Todas elas já perderam o valor e é comum para os zimbabweanos falarsobre suas despesas diárias usando
números que avançam pela casa dos triliões (12 zeros).
A taxa anual de inflação do Zimbabwe chegou a 2,2% ao ano, segundo dados oficiais divulgados no meio do mês de Julho.
Cortando zeros
O economista zimbabweano John Robertson colocou um gráfico na parede do escritório dando nomes aos números que chegavam ao dobro do trilião.
E, de acordo com alguns zimbabweanos, outra técnica usada para se familiarizar com as quantias é a de cortar zeros, pois a maioria das calculadoras simplesmente não tem dígitos suficientes.
Caixas registadoras, computadores de bancos e os sistemas em geral estão também a lutar para lidar com o excesso de zeros na economia.
Como resultado, os bancos concordaram recentemente em cortar seis zeros em transações em documentos.
Para o economista John Robertson, dentro de um mês eles serão obrigados a cortar outros três zeros.
Outra técnica comum para manter os zeros sob controle é pensar em termos de dólares americanos.

Família Mandela dividida quanto a partilha de bens patrimoniais


Graça Machel, esposa do líder histórico do ANC e antigo chefe de Estado sul-africano, Nelson Mandela, foi chamada a mediar um conflito que grassa há algum tempo no seio da família do carismático estadista. A julgar pelos dados revelados na edição de ontem do semanário «Sunday Times» de Joanesburgo, a viúva de Samora Machel e antiga primeira-dama moçambicana não foi bem-sucedida nos seus esforços como mediadora. 
A disputa culminou no último fim-de-semana com o boicote das celebrações do 90° aniversário natalício de Nelson Mandela por parte dos filhos da segunda mulher de Mandela, a senhora Winnie Madikizela-Mandela. Esta também esteve ausente da festa de aniversário realizada na terra natal de Nelson Mandela, Qunu, no Cabo Oriental. Os filhos de Mandela não compareceram à festa apesar dos insistentes apelos feitos por ele próprio e pelo seu neto favorito, o chefe tradicional Mandla Mandela. 
De acordo com o «Sunday Times», Winnie Madikizela-Mandela, as filhas Zindzi e Zenani, assim como os netos, recusaram comparecer à festa de aniversário por se sentirem ressentidos pelo facto de terem sido postos de parte em questões familiares. 
As duas filhas do casamento de Mandela com Winnie não aprovam a utilização de uma garrafa de bebida alcoólica contendo uma mensagem de felicitações dos filhos e netos de Mandela, garrafa essa produzida no âmbito da angariação de fundos pela Fundação Nelson Mandela. Refere a carta: “As instituições do legado Mandela havia tomado a decisão de que a imagem do Tata (Nelson Mandela) não deveria estar associada a produtos como tabaco, bebidas alcoólicas ou medicamentos”. A carta acrescenta que a decisão tomada pela filha do primeiro casamento de Mandela, Makaziwe, em utilizar um produto alcoólico para promoção da imagem de Nelson Mandela era “inapropriada”. 
As filhas de Winnie Madikizela-Mandela também manifestaram o seu desagrado pela forma como foram feitos os preparativos do concerto musical realizado em Londres no âmbito dos festejos do 90° aniversário natalício de Nelson Mandela. O semanário que temos vindo a citar refere que as filhas de Winnie Madikizela-Mandela consideram que “o concerto foi monopolizado por artistas oriundos de Moçambique, Estados Unidos e Londres”. Graça Machel terá tido papel de relevo na inclusão de artistas moçambicanos no leque de participantes ao referido concerto. 
Divisão de Bens Patrimoniais 
A família Mandela está ainda dividida quanto à forma como os bens patrimoniais de Nelson Mandela irão ser distribuídos após a sua morte. Nelson Mandela terá sugerido durante uma reunião familiar realizada numa propriedade agrícola sua situada na província do Limpopo, que “uma grande percentagem dos seus bens patrimoniais destinar-se-iam à Fundação Nelson Mandela. Uma outra porção seria dada a Graça Machel e ao neto, o já referido chefe tradicional Mandla Mandela, enquanto que o resto seria repartido entre os filhos dos dois primeiros casamentos de Nelson Mandela.

Brasil quer investir no `M'panda Nkua´

O Brasil está interessado em investir na construção da Barragem de Mpanda Nkua, ao longo do rio Zambeze, segundo afirmou sábado último o Presidente da República, Armando Guebuza, durante um comício popular que orientou em Manje, sede do distrito de Chiúta, no início da sua presidência aberta à província de Tete.Sem avançar detalhes sobre o investimento na futura Barragem de Mpanda N'kua, Armando Guebuza disse que o Brasil está também a investir na extracção de carvão mineral em Moatize, na mesma província, facto que vai colocar o país no mapa mundial de produção de carvão mineral.
A Rio Doce Moçambique é a companhia brasileira a quem foi entregue a concessão mineira do carvão de Moatize, nos meados de 2007, estando em curso os preparativos para a construção de respectiva infra-estrutura mineira. A empresa encontra-se na fase de implementação do projecto de reassentamento das populações que residem nas áreas abrangidas pelo projecto. 
Armando Guebuza, cuja delegação que o acompanha integra, entre outras personalidades, os embaixadores do Brasil e da China, disse ainda que assim como o Brasil, a China também é um dos grandes parceiros de Moçambique. 
Segundo o Chefe do Estado, a electrificação de todo o Moçambique e não só depende da quantidade de energia que Tete pode produzir, observando que muitos projectos não estão a avançar devido à insuficiência de energia, dando exemplos dos projectos da MOZAL III e areias pesadas de Chibuto, que não avançavam em razão da insuficiência da energia de que o país actualmente dispõe.

sábado, 26 de julho de 2008

O motorista de Ben Laden Salim Hamdan


Salim Hamdan tornou-se no primeiro detido a ser julgado por crimes de guerra dos Estados Unidos desde a II Guerra Mundial
Salim Hamdan entrou para a história ao tornar-se no primeiro prisioneiro julgado por um tribunal de crimes de guerra americano desde a Segunda Guerra Mundial. Enfrentando as acusações de conspiração e de apoio material ao terrorismo, declarou-se inocente, na segunda-feira, quando foi presente ao tribunal militar de excepção instalado em Guantánamo, a base militar dos EUA em Cuba, para onde foi levada a maioria dos prisioneiros da guerra ao terrorismo desencadeada após o 11 de Setembro de 2001. 
Hamdan apresentou-se com ar desvairado, relataram os jornalistas, dificuldade no andar, envergando túnica creme, turbante branco e auscultadores de tradução na cabeça. Iemenita de origem, foi preso há quase sete anos, no Afeganistão, onde trabalhara tanto como motorista como guarda-costas de Ussama ben Laden. Apenas porque precisava dos 200 dólares que recebia, diz ele, tentando contrariar os que o acusam de ter ajudado o líder da Al-Qaeda a escapar às forças da coligação e de ter distribuído armas pelos que queriam resistir e apoiar o regime talibã. Os seus advogados afirmam que foi torturado, que é um mero actor secundário, mas não conseguiram impedir o julgamento deste combatente inimigo dos Estados Unidos. 
Natural de Hadramout, no Iémen, Hamdan terá nascido na década de 70, tendo levado uma vida modesta trabalhando como motorista de táxi, disse à AFP Jonathan Mahler, o autor de um livro que conta a sua história e vai ser publicado em Agosto. Quando foi recrutado para a Jihad, que muitos traduzem por guerra santa, tinha 26 anos. Estava- -se no ano de 1996 e Hamdan, que não era particularmente religioso, decidiu juntar-se a um grupo de 35 muçulmanos e partir para o Tajiquistão. Ali os militantes islamitas combatiam, na altura, o Governo apoiado pela Rússia. Os combatentes viram-se, no entanto, retidos no Afeganistão, após seis meses de caminhada pelas montanhas. Foi então que travaram conhecimento com Ussama ben Laden. O líder da Al-Qaeda, cujo pai era natural do Iémen, gostava de se rodear de gente da sua terra. Hamdan, dizem os procuradores, começou por trabalhar para ele na quinta Hada, próxima da cidade de Jalalabad e, mais tarde, em Kandahar, no Sul do Afeganistão. Foi depois promovido a seu motorista e guarda-costas. "Em diversas ocasiões, entre 1996 e 2001, conduziu e acompanhou Ben Laden a campos de treino para terroristas [como o Al-Faruq] e a conferências de imprensa ou reuniões", lê-se no auto de acusação, segundo o qual o detido recebeu formação em armas e forneceu armamento a apoiantes da Al-Qaeda. 
Após os atentados do 11 de Setembro, nos EUA, o iemenita conduziu Ben Laden num périplo por várias casas seguras enquanto as forças norte-americanas e aliadas tentavam localizá-lo. A separação, entre Hamdan e o líder da Al--Qaeda, deu-se em Outubro de 2001, quando ele levou a filha e a mulher grávida de Kandahar para a fronteira com o Paquistão. No caminho de regresso, foi parado por forças aliadas afegãs, que o entregaram aos EUA. Na altura transportava, alegadamente, dois mísseis terra-ar no carro em que seguia. Esteve seis meses nos campos de detenção norte- -americanos em Bagram e Kandahar. 
O antigo motorista de Ben Laden chegou a Guantánamo em Maio de 2002. Inicialmente foi levado para o campo número quatro, o dos prisioneiros com farda branca, mas posteriormente foi transferido para o sistema de isolamento em vigor no campo cinco. Os seus advogados iniciaram, então, uma odisseia legal que colocou à prova a política de detenções da guerra ao terrorismo da Administração de George W. Bush. O Supremo Tribunal dos EUA invalidou os tribunais militares de excepção, em 2006, mas o Congresso, controlado pelos republicanos, autorizou o sistema. Os membros da Al-Qaeda não foram classificados como presos de guerra, por causa das Convenções de Genebra, mas como combatentes inimigos dos EUA. 
Nas audiências preliminares, Hamdan expressou a sua frustração em relação ao tratamento recebido em Guantánamo e até mesmo em relação aos seus advogados. "Estar na solitária é como estar num cemitério. É como colocar uma pessoa morta num túmulo". No início do seu julgamento, o juiz militar, o capitão Allred, recusou as provas obtidas "sob coerção" na prisão de Bagram, depois de descobrir que o detido passava 24 horas com as mãos e os pés amarrados e, por vezes, de joelhos. As provas obtidas em Guantánamo, porém, foram aceites como válidas. |

ETA: membros do "comando Biscaia" estiveram em Portugal a preparar acções


Dois membros da ETA estiveram no ano passado em Portugal para preparar a infra-estrutura do “comando Biscaia”, considerado o mais activo da organização terrorista basca e que a polícia espanhola acredita ter desmantelado na passada terça-feira, com a detenção de nove dos seus elementos.
Segundo a agência Vasco Press, citada pela imprensa espanhola de hoje, em Fevereiro de 2007, “Txeroki”, o comandante militar da ETA, incumbiu Arkaitz Goikoetxea e Jurdan Martitegi de formarem um novo comando, instruindo-os a viajarem para Portugal a fim de prepararem a logística da nova célula. 
Os dois estiveram pouco depois em Portugal, onde, segundo a mesma fonte, “se dedicaram a compilar diversas informações que poderiam ser úteis” à ETA. 
Entre as várias actividades desenvolvidas, Goikoetxea e Martitegi dedicaram-se a anotar placas de matrícula para mais tarde as duplicar: ao regressar a Espanha falsificavam matrículas e colocavam-nas em automóveis do mesmo modelo das originais, que eram depois usados nas acções do grupo.
No regresso ao País Basco, os dois alegados “etarras” viajaram num carro que tinham alugado em Portugal e que viria a ser usado, em Agosto do ano passado, como veículo de fuga após um ataque contra um quartel da Guarda Civil em Durango.
Esta semana, quando o grupo foi desarticulado, a polícia encontrou no apartamento de Goikoetxea, considerado o líder do comando, mapas portugueses e, num dos locais onde o grupo escondera explosivos foram também encontradas matriculas falsas portuguesas.
As autoridades espanholas consideravam o “comando Biscaia” como o mais activo da ETA, ao qual é atribuída a maioria dos atentados cometidos desde Agosto do ano passado, quando a organização terrorista oficializou o fim do cessar-fogo decretado um ano antes.
A presença dos dois operacionais em Portugal, ambos detidos na operação desta semana, confirma uma suspeita das autoridades de ambos os países, de que a ETA terá usado o território português para preparar ataques, fugindo ao cerco montado pela colaboração entre as polícias espanholas e francesas.
As suspeitas foram reforçadas depois de, em Julho do ano passado, operacionais da ETA terem abandonado um carro junto à fronteira de Ayamonte, ao avistarem uma patrulha conjunta das polícias espanhola e portuguesa. As autoridades acreditam que os “etarras” planeavam levar os explosivos até ao Algarve para fabricar uma bomba que seria depois usada na Andaluzia. 
Face a estes indícios, os dois países decidiram criar uma estrutura de cooperação policial para apurar se a ETA decidira instalar uma base em Portugal – suspeita que não se terá confirmado, apesar de ser certo que, em vários momentos, membros da organização terrorista estiveram em Portugal para planear ou preparar as suas acções.

Mais detenções

Esta notícia coincidiu com a detenção, em França, de Asier Eceiza, considerado um dos principais colaboradores do chefe militar da ETA, e Olga Comes, suspeita de pertencer à estrutura operacional do “comando Biscaia”. Segundo a polícia francesa, os dois terão sofrido um acidente de automóvel nos arredores de Dijon, alegamente ao suspeitarem que estavam a ser seguidos, tendo depois sido identificados pela polícia que os socorreu.
A imprensa espanhola adianta também hoje que o comando planeava, quando foi desarticulado atacar uma carrinha da Ertzaintza, a polícia basca, na localidade de Getxo, já depois de ter abandonado os planos para sequestrar e matar Benjamin Atutxa Iza, vereador socialista em da região de Guipuzcoa, uma vez que este gozava de forte protecção policial.

Gaza: tensão Hamas-Fatah depois de atentado que vitimou cinco activistas e uma criança


Cinco activistas palestinianos do braço armado do Hamas e uma criança de quatro anos foram mortos ontem à noite num atentado atribuído a grupos palestinianos não identificados perto de uma praia, em Gaza, segundo o mais recente balanço de vítimas feito pelas equipas médicas do hospital Shifa. O Hamas já responsabilizou a Fatah, o movimento liderado por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana.
Um activista, Hassan el-Helu, que fazia parte de um grupo de 15 pessoas feridas, acabou por morrer durante a madrugada, acrescentaram as mesmas fontes.
Todos os activistas mortos faziam parte das Brigadas Izz din al-Qassan, o braço armado do Hamas, o movimento islamista que controla a Faixa de Gaza desde o Verão do ano passado. O engenho explodiu perto da viatura em que viajavam as vítimas, segundo testemunhas locais.
O Exército israelita negou qualquer envolvimento no ataque.
As Brigadas Izz din al-Qassan indicaram, por seu lado, que “diversos suspeitos” foram detidos na Faixa de Gaza, sem precisar o número exacto de pessoas. Entre as pessoas interpeladas figura um operador de câmara da cadeia de televisão alemã ARD, Sawah Abu Safe, indicaram responsáveis palestinianos.
As brigadas acusaram “grupos que fugiram da Faixa de Gaza com o inimigo” de estarem na origem de uma campanha de atentados, numa referência aos elementos da Fatah, que abandonaram o território no Verão passado, depois de este ter sido tomado pelas forças do Hamas.
Um dirigente do Hamas, Hallil al-Aya, bem como as Brigadas Izz din al-Qassan, acusaram “grupos (palestinianos) que colaboram com o inimigo (Israel)” de estarem na origem da explosão. “São grupos que atentam contra a segurança do povo palestiniano e, dessa maneira, ajudam o inimigo”, afirmou à AFP Hallil al-Aya, apelando aos responsáveis do Hamas e aos combatentes que aumentem a “vigilância e a prudência”.
Mas o movimento foi ainda mais longe, num comunicado divulgado poucas horas depois do atentado, e acusou a Fatah de Mahmoud Abbas de estar por detrás do ataque. "Este acto criminoso prova que o apelo ao diálogo lançado a partir de Ramallah - o quartel-general de Abbas - constitui uma mentira destinada a lançar pó para os olhos e a dissumular uma conspiração tendo por objectivo matar e aterrorizar as nossas forças de segurança", indicou o Hamas em comunicado.

Irão possui entre 5000 e 6000 centrifugadoras de enriquecimento de urânio


O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad declarou hoje que o Irão possui 5000 a 6000 centrifugadoras destinadas às actividades de enriquecimento de urânio, confirmando que a república islâmica estendeu o seu contestado programa nuclear, anunciou hoje a rádio estatal.

“Hoje, eles (os ocidentais) aceitaram que o número de 5000 a 6000 centrifugadoras existentes não aumente e que não é um problema essas centrifugadoras funcionarem”, declarou Ahmadinejad num discurso a partir de Machhad.

No início de Abril, o Irão afirmou ter aberto 492 novas centrifugadoras, para além das 3000 já previamente instaladas no país.

Nessa altura, o Presidente Ahmadinejad tinha declarado que o Irão iria proceder à instalação de 6000 novas centrifugadoras na central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro do país).

As negociações entre o Irão e os representantes do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) - que insistem no fim do programa nuclear iraniano - tem sido feito de avanços e recuos. Ainda no fim-de-semana passado, após um encontro em Genebra entre o representante da diplomacia europeia, Javier Solana, e o responsável iraniano pelo dossier nuclear, Manuchehr Mottaki, o Presidente iraniano indicou ter sido dado um "um passo em frente" nas negociações, que até contaram com a presença, pela primeira vez, de um alto responsável dos Estados Unidos, o secretário de Estado adjunto William Burns.

Índia: 29 mortos em explosões sequenciadas no estado de Gujarat


Pelo menos 29 pessoas morreram e mais de uma centena ficaram feridas em mais de uma dezena de explosões registadas na cidade de Ahmedabad, no Oeste da Índia, um dia depois de ataques semelhantes ocorridos em Bangalore, no Sul do país.
“A contagem local [de corpos] de que dispomos dá conta de 29 mortos e mais de cem pessoas foram transferidas” para os hospitais da cidade, afirmou um responsável da polícia local, citado pela AFP.
O chefe da administração do estado de Gujarat, de que Ahmedabad é o principal pólo económico, refere que a cidade foi abalada por 16 explosões, registadas no espaço de meia hora, incluindo uma junto a um mercado de diamantes e outra a bordo de um autocarro.
“O autocarro tinha começado a andar quando ocorreu a explosão”, afirmou uma testemunha, citada pela Reuters, adiantando que a detonação provocou um incêndio no veículo e que vários dos passageiros perderam a vida.
Ahmedabad é a principal metrópole de Gujarat, uma região de difícil convivência entre as comunidades muçulmana e hindu, palco em 2002 de violentos motins que resultaram na morte de 2500 pessoas. Os atentados de hoje ocorreram na parte histórica da cidade, uma zona dominada pela minoria muçulmana, o que poderá indiciar que os atentados tiveram cariz sectário.
Este ataque ocorreu cerca de 24 horas de uma outra sequência de explosões, na cidade de Bagalore, o principal pólo tecnológico da Índia. Os ataques coordenados provocaram um morto e sete feridos.
Um responsável do ministério do Interior disse estar “chocado” com a repetição destes incidentes, ocorridos “apesar das medidas de segurança que foram adoptadas depois do sucedido em Bangalore”. “Creio que houve falta de coordenação entre os serviços de informação [federais] e os responsáveis da polícia local”, afirmou Shakeel Ahmed, em declarações aos jornalistas. 

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Vice-ministro dos Recursos Minerais alvo de tentativa de sequestro

Um grupo de três indivíduos armados, ora a monte, tentaram sequestrar, na noite de Terça-feira última, o vice-ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak, na sua residência sita na Polana. Segundo o que apuramos o facto eeu-se cerca das 19:00 horas quando um grupo composto por três indivíduos seguiu o Abdul Razak até ao seu prédio sem que este, se apercebesse. As fontes por nós contactadas apontam que os meliantes faziam se transportar numa vaitura ligeira que seguia a vitima, no entanto sem que esta, se apercebesse do que se tratava. Abdul Razak escapou porque usou o elevador da cave onde funciona a garragem, enquando os sequestradores faziam de refém os dois guardas do prédio esperando a vitima parquesasse a sua viatura e posteriormente apanhasse o elevador da frente como era habitual.

Petróleo da Guiné Equatorial traz Presidente Obiang a Lisboa

É um regime totalitário que viola os direitos humanos. Mas todos querem o petróleo da Guiné Equatorial. A Guiné Equatorial, pequeno país da África Central de pouco mais de meio milhão de habitantes, será um observador especial na cimeira da CPLP, que começou ontem em Lisboa. O país dominado por Teodoro Obiang Nguema e pelo seu círculo próximo revelou ser, nos últimos anos, um ponto comum na rota dos interesses portugueses, brasileiros e angolanos. A expectativa das petrolíferas norte-americanas nas reservas de petróleo e gás natural da Guiné Equatorial é tão grande que a tratam por "Kuwait de África". Foi também o petróleo que motivou há alguns meses a visita de uma delegação portuguesa a Malabo, com a ajuda da Líbia, aliada histórica de Obiang. Enquanto com os "vizinhos" angolanos se estabeleceram laços de cooperação no domínio da energia (petróleo e electricidade) e dos transportes, com o Brasil a relação passa, para já, pela exploração de um bloco promissor em offshore. A aproximação a Angola foi formalizada já em 2003, à data com um acordo de cooperação bilateral para o petróleo, electricidade e transportes. Por essa altura, os dois países tinham também uma sociedade conjunta de transporte aéreo, a Sonagesa, tendo como vice-presidente um dos filhos de Obiang, também secretário de Estado para os Hidrocarbonetos.
Em 2006, a brasileira Petrobras ganhou 50 por cento da participação no contrato de partilha do bloco L, na bacia do rio Muni. Para a petrolífera brasileira, o montante de 17 milhões de dólares de investimento necessário até pode ser "considerado baixo" face à perspectiva de um prémio que "pode ser a localização de reservas de 450 milhões de barris de petróleo".
Quanto a Portugal, o Governo começou por negociar com o líder líbio Muammar Kadhafi a entrada da Galp Energia (da qual a Sonangol é grande accionista) na Guiné Equatorial. Em Dezembro passado, o entendimento resultou em tornar a Galp parceira do fundo soberano da Líbia (LAP), para explorar e produzir petróleo e gás natural não só naquele país, mas nas regiões vizinhas, nomeadamente na Guiné Equatorial. Em Fevereiro último, o presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, e o administrador Fernando Gomes deslocaram-se à capital equato-guineense para estudar oportunidades de negócio, que podem passar também pela distribuição de combustíveis.

Produção quintuplicou

Num percurso recente e discreto, depois de ter percebido no início da década de 1990 que tinha reservas de petróleo importantes, a antiga colónia espanhola já é o terceiro maior produtor de hidrocarbonetos da África subsariana, com uma produção diária de 363 mil barris em 2007, segundo o relatório anual da BP, cinco vezes mais do que há uma década. As suas reservas provadas de petróleo não ultrapassam ainda os 0,1 por cento do total mundial, mas os especialistas consideram que é só por falta de estudos geológicos, os quais, a serem feitos, poderão elevar esse montante para 10 por cento, dado o seu rico e extenso offshore no Golfo da Guiné. O potencial de crescimento tem motivado a "reconquista" da Guiné Equatorial pelos interesses petrolíferos, com os Estados Unidos a liderar o negócio - o maior investidor anunciou, no início do ano, sete mil milhões de dólares em novos investimentos - e os chineses a ganharem quota. A grande fonte de riqueza do país é também a sua grande fonte de controvérsia. Obiang tem em curso um programa de abertura económica mantendo um regime totalitário, sentado em elevadas taxas de crescimento: a economia cresceu à média anual de 15,8 por cento entre 2002 e 2006 e desacelerou para seis por cento em 2007. Por um lado, a economia cresce suportada pelas exportações de petróleo e mais recentemente de gás natural, representando no seu conjunto mais de 90 por cento das exportações do país. Por outro, o país padece de um clima de corrupção, envolvendo o Presidente e a sua família, e que atingiu diversas petrolíferas dos EUA. O banco Riggs, por exemplo, era usado para depósito de "centenas de milhões de dólares" numa conta controlada pelo próprio Obiang. À data, a maioria da população da Guiné Equatorial vivia com menos de um dólar por dia. 363 mil é o número de barris de petróleo que a Guiné Equatorial produz por dia, cinco vezes mais do que há uma década atrás

Novo Parque de Estacionamento no Mercado Central de Maputo gera barulho na Assembleia Municipal

Em causa está a concessão do contrato à empresa «INTERMESCH», ora constituída em Abril de 2008, tempo fora do decurso do concurso público.

Os membros da Juntos Pela Cidade (JPC) e a Frelimo, incluindo o Edil de Maputo, Eneas Comiche, transformaram a XXIII Sessão Ordinária da Assembleia Municipal (AM), decorrida há dias, numa autêntica "escolinha de barulho". Em causa estava, de entre outras matérias contratuais “pouco transparentes”, a “concessão do contrato à empresa INTERMESCH para construção e exploração do novo parque de estacionamento que está sendo construído no Mercado Central de Maputo”. 
Foi referido que a tal empresa a quem foi concedido o parque “é uma sociedade que não existia, mas que só agora é que está a surgir sem mais nem menos”. Acusam o Edil de Maputo, Eneias Comiche de ter designado concessionária a INTERMESCH alegadamente “criada em Março 2007 e publicada no Boletim da República em Novembro de 2007” quanto que ela foi constituída empresa “apenas no dia 25 de Abril de 2008” quando já decorria o apuramento do concurso a que esta se submetera mesmo antes de se encontrar constituída. 
Entretanto, os membros da JPC, ao não concordarem com os procedimentos estabelecidos pelo Concelho Municipal na atribuição do contrato de construção e exploração do novo parque de estacionamento naquele mercado situado na baixa da cidade à INTERMESCH, foram acusados de serem “pessoas que integravam a assembleia para inviabilizar o manifesto eleitoral do Edil”. O Presidente do Conselho Municipal de Maputo, Eneias Comiche, que durante os dois dias do decurso da sessão se mostrou bastante sério e intransigente, ao ser confrontado pela JPC com aquelas "situações não claras" e com afirmações do tipo "o Tribunal Administrativo foi induzido em erro ao dar parecer favorável a uma sociedade que não existia e que só agora é está a existir", disse que "há pessoas que usam este órgão para defender interesses particulares. São pessoas sem escrúpulos". 
Comiche respondeu assim deixando a sala quase em alvoroço por parte que membros da JPC que repreenderem as atitudes do Edil, afirmando que "se estão habituados a não serem fiscalizados que se demitam, porque nós estamos cá para questionar ". 
Segundo um membro da JPC, "o que nós estamos a questionar é que na altura quem ganhou o concurso não era uma sociedade. Era uma pessoa individual e passou a ser uma sociedade. Como é que se assina um contrato antes da constituição da sociedade. Qualquer contrato que é assinado por uma sociedade ela tem de estar constituída. E este não foi o caso". 
Os colegas da bancada Juntos Pela Cidade e Filipe Cabral, consideram que a concessionária INTERMESCH venceu o concurso para exploração do parque de estacionamento no maior mercado de Maputo num processo não claro uma vez que "o presidente Eneas Comiche assinou o contrato com a empresa em 2007", mas "ela ainda não tinha sido constituída”. “A INTERMESCH que é tida como vencedora do concurso é constituída apenas no dia 25 de Abril de 2008”, alegam. “Nós queremos saber do Conselho Municipal como é que foi assinado o contrato para a construção e exploração do novo parque de estacionamento no Mercado Central porque a INTERMESCH não era ainda uma empresa constituída", disse Cabral, afirmando que "a maior agravante ainda é que o presidente do Conselho Municipal diz que assinou o contrato em Março de 2007 e a empresa só é publicada no Boletim da República em Novembro de 2007. Como é que isto foi feito?”, indaga Filipe Cabral. 
Por outro lado, Cabral disse que a concessionária INTERMESCH que é tida como vencedora do concurso, para além de que "é publicada no Boletim da República em Novembro de 2007", também "é constituída como uma sociedade no dia 25 de Abril de 2008". "E no dia 26 ou 27 de Abril deste ano o vereador José Loureiro passou uma autorização para já começarem a vedar o espaço com vista a dar início às obras. Estava à espera deste documento que dava por vencedor uma empresa que não existia?", questiona. 

Oposição insta Tribunal a declarar nula a Comissão Eleitoral

Swazilândia

Um total de 11 organizações da sociedade civil, incluindo partidos da oposição, apelaram a um tribunal para que considerasse a Comissão Eleitoral da Swazilândia como nula e sem efeito, alegando que ela não tem competência para supervisionar as próximas eleições legislativas. Numa acção judicial apresentada perante três juízes do tribunal de primeira instância de Mbabane, as referidas organizações consideram que a Comissão Eleitoral não tem capacidade para organizar eleições livres e justas pois não representa a sociedade swazi no seu todo. A acção judicial prende-se com o facto das próximas eleições, previstas para terem lugar em Setembro do corrente ano, constituírem uma mera formalidade, em que os candidatos serão eleitos, a título individual, no âmbito do sistema tradicional conhecido por Tinkhundla. Nenhum candidato poderá fazer campanha em nome de formações políticas. 
Para todos os efeitos, na Swazilândia os partidos não possuem personalidade jurídica, tendo sido banidos em 1973. A nova Constituição do Reino da Swazilândia é omissa quanto a existência de partidos políticos no país, estipulando apenas a “liberdade de associação”. 
Os partidos da oposição, integrados na Frente Unida da Swazilândia, já haviam anunciado a sua decisão de boicotar as eleições de Setembro próximo, alegando que as mesmas careciam de “legitimidade”. 
A decisão do tribunal será anunciada nos próximos dias.

Crise política instalada na Renamo

Está, claramente, na província de Manica, instalada uma crise política no maior partido da oposição, a Renamo. Vários membros daquela formação política, acusam a sua direcção máxima de impor um candidato a concorrer pelo partido para a autarquia de Chimoio sem que tenha vencido as eleições internas. Consideram o facto um atentado às normas mais elementares da democracia. Agora o mesmo está a acontecer em Gondola, uma nova autarquia do role de 43 em todo o país onde a 19 de Novembro próximo haverá eleições municipais depois de nas última autárquicas ter havido eleições em apenas 33 municípios. 
Localmente tem-se chamado “eleições internas” ao trabalho que grupos de trabalho formados centralmente pelo partido têm estado a fazer nas autarquias para encontrarem as listas de candidatos às autárquicas de Novembro. Estes preferem falar antes de processos de auscultação em vez de eleições internas ao que tem estado a promover-se. 
Já ocorreu haver processos de auscultação, como lhe chamam as brigadas enviadas de Maputo às bases, em que o processo de auscultação tem sido até promovido em duas rondas tidas como “segunda volta” por quem entende chamar-se “eleições”. 
Esta situação a que uns chamam “eleições” e outros “auscultação” tem estado a criar “crise política na Renamo em Manica. Desta vez, depois de algo semelhante se ter verificado em Chimoio, ocorre na sede distrital de Gondola, uma nova autarquia recentemente criada que no próximo ano terá o estatuto de município. 
Depois de Chimoio, eis que, quadros do maior partido político da oposição em Moçambique decidem agora também em Gondola promover um abaixo-assinado que deverá ser dirigido ao líder daquela formação política, Afonso Dhlkama, em protesto contra a indicação de um candidato não favorito para concorrer pelo partido a edil do futuro município de Gondola. 

Candidato da auscultação 

Na vila sede do distrito de Gondola o processo eleitoral decorreu numa espécie de eleição, mas que outros chamam de auscultação, tendo o candidato, apenas identificado por Rock, sido o indicado pela direcção da Renamo mais precisamente pelo respectivo secretário-geral, Ossufo Momade, embora rejeitado imediatamente pelos membros que se fizeram presentes na conferência dirigida pelo respectivo secretário geral da Perdiz. 
Os membros descontentes da "Perdiz" acusam o secretário geral do partido, de ter indicado um candidato desconhecido, daí que decidiram efectuar, esta semana, um abaixo-assinado, tal como terá acontecido em Chimoio, devendo a carta de repúdio igualmente ser entregue ao presidente da referida formação política, Afonso Dhlakama, assim que estiver de visita à província de Manica. 
O membro da Junta Nacional de Salvação da Renamo, Saimon Muterua, avançou que esta posição que acaba de ser tomada por seus correligionários em Gondola, surge da necessidade da “observação do respeito pela democracia instalada no país”. “O objecto é restaurar a democracia e garantir o seu respeito, na Renamo"- disse Saimon Muterua porta-voz do mencionado grupo, em exclusivo ao «Canal de Moçambique». 
As eleições primárias na Renamo estão aparentemente manchadas em Chimoio e Gondola, factor que poderá comprometer o curso das autárquicas por parte da Renamo, nestes dois locais, onde a direcção do partido é acusada de indicar pessoas “rejeitadas”, a concorrer para edis, nas próximas eleições marcadas para 19 de Novembro. 
Há, no entanto, quem considere que o que está a acontecer tanto na capital provincial, Chimoio, como em Gondola, é uma forma da direcção do partido liderado por Afonso Dhlakama se precaver de uma ala “com pouca expressão”, ligada a uma auto-denominada “Junta de Salvação Nacional” que sob a alegação de maioria interna “está a tentar subverter o partido por dentro”. 
No processo de busca de candidatos, fontes da Renamo dizem que as suas brigadas que têm ido da sede trabalhar aos meios onde se realizarão eleições autárquicas a 19 de Novembro próximo – e note-se aqui que em todo o país são 43, entre cidades e vilas – têm estado apenas a auscultar os aparelhos do partido e não a promover propriamente eleições. 
Os nomes que têm estado a ser recomendados pelas ditas bases, nem sempre correspondem à opinião de algumas maiorias circunstanciais formadas em certos encontros de auscultação. Estas ditas maiorias circunstanciais defendem que quem vence as chamadas eleições devia ser o candidato do partido, mas do trabalho a outros níveis as brigadas de “auscultação” dizem haver melhores candidatos. Defendem que esses outros são nomes mais sonantes em trabalhos de auscultação que o partido Renamo tem estado a fazer a diversos outros níveis. O certo é que os métodos que estão a ser seguidos levam os chamados membros de uma “pouco expressiva Junta de Salvação Nacional” a, ao perderem o controlo da situação, iniciarem outros processos tentando fazer crer que não há democracia interna na Renamo. 
A «Junta de Salvação da Renamo» é uma ala que os que se dizem estar com os pés bem firmes no partido apelidam de “feita com a Frelimo”, e “sem preocupações do interesse do eleitorado”. 
Várias vezes a chamada “Junta de Salvação Nacional” tentou aparecer mas foi sendo sistematicamente cilindrada por ser tida como um grupo apenas descontente, formado por pessoas com alguma história no movimento da ex-guerrilha mas que não possui reconhecidas capacidades para prestigiar a governação da Renamo no caso desta formação ser eleita pelos cidadãos para dirigir as autarquias ou até mesmo o país nas eleições gerais do país. 

Candidaturas independentes à vista 

Entretanto, com esta “crise” em curso, tanto em Chimoio assim como em Gondola os membros da Renamo, por sinal delegados dos bairros locais, avançam a hipótese de apoiarem candidaturas independentes, caso não sejam satisfeitas as suas preocupações. Afonso Dhlakama é aguardado com enorme expectativa por esses sectores. 
Informações postas a correr indicam que um alegado candidato pela Renamo no município de Manica, de nome Monteiro Gimo Firmino, ter-se-á se enforcado por ter sido colocado de lado, embora tenha vencido as eleições internas. 
A Renamo na pessoa do respectivo delegado político em Manica, Mateus Lucas António, disse que o suicídio de Firmino “foi motivado por situações sociais”, uma afirmação corroborada por Saimon Muterua, este da chamada «Junta de Salvação» da Renamo. 
Contudo, Mateus Lucas António considera as informações prestadas pela dita Junta de Salvação de “fictícias” e descreve esta como “uma entidade constituída por fantoches, que apenas pretendem desestabilizar o partido”.

domingo, 20 de julho de 2008

Rankings mundiais colocam Moçambique em posição desgostosa


Revisitando os rankings universais que classificam os Estados do mundo que mais "contam" em diversos domínios sócio-políticos, pode-se ver Moçambique a ocupar sempre posições de cauda, facto este que nada dignifica Moçambique, para além de evidenciar claramente que a vida de luxo de que desfrutam certas personalidades no país, é muito restrita quando vista num contexto mais alargado onde sobressaem as mazelas. A piorar a situação, o ano transacto, 2007, foi de descidas, em quase todos domínios da vida social, económica e política de uma nação, Moçambique, registou recuos.
Aqui trazemos dados de algumas áreas relevantes da vida do país, de organismos internacionais que classificam praticamente todos os países do mundo, de acordo com um conjunto comum de critérios. A seguir a análise, sector por sector.

Liberdade de Imprensa

No domínio da comunicação social, o país registou um recuo de 26 lugares, no ano de 2007.
Em termos de Liberdade de Imprensa, segundo o relatório anual da organização internacional «Repórteres Sem Fronteiras», sedeada na capital francesa, Paris, Moçambique desceu 26 lugares no «ranking» mundial. Ocupa agora o 73º lugar contra o 47º que ocupava no período anterior.
Este recuo na Liberdade de Imprensa representa um perigo para a jovem democracia que Moçambique está a seguir. O porta-voz do Governo moçambicano, Luís Covane, comentou este desaire e disse que "o governo reconhece a descida e promete melhorar".
A classificação da RSF engloba um total de 179 países dos cinco continentes.

Índice de Desenvolvimento Humano

Na lista dos países do mundo avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelas Nações Unidas, Moçambique ocupa a 172ª, a escassos cinco posições do último lugar ocupado por Serra Leoa. Esta posição é fruto de uma caída de quatro degraus em comparação com o ano 2006, onde o país ocupava o 168º lugar do Ranking mundial.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e outros factores. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente o bem-estar infantil. Foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nos seus relatórios anuais.

Produto Interno Bruto

O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique caiu sete (7) posições, de 2006 para 2007. No ano de 2006 Moçambique ocupava a 114ª posição de um total de 179 países classificados pelo Banco Mundial. Já em 2007 o País encontrava-se na 121ª posição, numa classificação de 180 países, desta vez ordenada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). É mais um recuo registado na vida deste "belo Moçambique", como o presidente da República, Armando Guebuza, tem carinhosamente tratado a nação que ao mais alto nível dirige. E esta desgraça pesa ao "maravilhoso povo moçambicano", como a mesma figura trata o povo por si governado.
O Produto Interno Bruto (PIB) designa o valor total de bens e serviços produzidos por uma nação em um dado ano.

Mortalidade Infantil

A fechar este artigo, que tem por finalidade chamar à consciência qualquer moçambicano atento, trazemos ao leitor os dados referentes à mortalidade infantil. Neste domínio que em nada dignifica qualquer nação que seja, o nosso País encontra-se na liderança da lista dos países onde as crianças nascidas em parto normal mais morrem sem completar o seu primeiro ano de vida.
Atrás de Angola -182.31º/∞ (por mil), Serra Leoa-156.48 º/∞, Afeganistão – 154.67 º/∞, Libéria-143 º/∞, Níger – 115.45 º/∞ e Somália, 110.97 º/∞, Moçambique ocupava até Janeiro do presente ano, a destacável sétima posição da lista dos países onde as crianças mais morrem, com um total de 107.84 crianças a morrer sem completar o primeiro ano, em cada mil nascimentos.
Estas dados chamam à reflexão qualquer moçambicano que não deixe de questionar se realmente o País está a desenvolver-se como certos políticos têm vindo a propalar. Perante a cegueira da maioria da população, tudo indica que estamos a caminhar para uma situação crítica e não para melhor. Todos os rankings nos mostram que entrámos em queda. Despertar recomenda-se, pois a situação está a tornar-se incontornável apesar de todos os dias nos virem aguçar a “auto-estima” com o discurso do combate à pobreza absoluta, um desejo pelos vistos, adiado.

Mbeki apoia Mugabe para impedir Zuma de chegar ao poder em Pretória

A inflexibilidade que Thabo Mbeki denota em relação à sua atitude de “contemporização” com Robert Mugabe, é atribuída em primeira linha a razões de política interna e a interesses do próprio face à mesma, considera o África Monitor Intelligence de que é editor o jornalista Xavier de Figueiredo.
De acordo com aquele jornal português, o apoio a Thabo Mbeki nas fileiras do ANC (aparelho e bases) está nitidamente a crescer e uma das causas identificadas do fenómeno é o seu alinhamento com Robert Mugabe – figura admirada em certos meios da elite política sul-africana e da população por razões como a sua capacidade para “fazer frente” à Grã-Bretanha e Estados Unidos da América.
O crescimento do apoio interno ao presidente sul-africano Thabo Mbeki, é proporcional a um aparente isolamento de Jacob Zuma, presidente do ANC e um crítico acérrimo de Robert Mugabe. Supostamente por isso Zuma está a começar a sofrer consequências, considera o África Monitor.
Thabo Mbeki aspira a retomar a liderança do ANC num congresso extraordinário a convocar no seguimento de um provável revés de Jacob Zuma em tribunal conquanto venha a ser julgado, como se prevê, ainda este ano.
A lei impede o actual chefe de Estado sul-africano, Thabo Mbeki de se voltar a candidatar à Presidência da República, mas a intenção que o move de regressar à liderança do ANC, perdida no último congresso para Jacob Zuma, é a de promover a candidatura de Kgalema Mothlante como seu substituto na Presidência da República. Nas circunstâncias actuais seria o próprio Jacob Zuma a apresentar-se como candidato do ANC na sua condicção de actual líder do partido que tem maioria e governa a África do Sul.
O apoio de Thabo Mbeki a Robert Mugabe, na análise de Xavier de Figueiredo, também é internamente justificado pela conveniência de não deixar este à mercê de Angola e das suas influências.
Os conselheiros de Mbeki também consideram que na actual conjuntura, marcada por disputas com Jacob Zuma, o apoio a Robert Mugabe não o afecta especialmente no plano internacional.
Os grandes parceiros da África do Sul agem condicionados por lógicas como a de que criticar Mbeki é dar trunfos a Zuma nas lutas entre ambos. Recentemente a Alemanha mandou encerrar investigações sobre um caso corrupção detectado compra de equipamento naval pois o desenvolvimento das investigações, de acordo com conjecturas pertinentes, poderia comprometer Thabo Mbeki.

Desmobilizados da Casa Militar não largam Guebuza

Há barulho em redor do dinherio dos desmobilizados da Casa Militar, que na época em que Joaquim Chissano era presidente da República, em 1993 protagonizaram uma "rebelião" que culminou com a intervenção da Força de Intervenção Rápida (FIR) da qual resultou, segundo contam, em mortes, detenções e desterros para além da destruição de suas propriedades. Aqueles compatriotas pretendem no essencial que o Estado seja responsabilizado pelos danos que referem ter sofrido para além de que o mesmo Estado deve cumprir com as promessas feitas na altura pelo então chefe do Estado que vão desde o pagamento de 3 milhões de meticais antigos por cada desmobilizado até à sua reintegração social, o que por sinal não aconteceu até os dias de hoje.
De acordo com dados em poder do «Canal de Moçambique», o grupo aguarda desde 2007 a esta parte ser recebido em audiência pelo actual chefe do Estado, Armando Guebuza, facto que ainda não aconteceu. O Canal de Moçambique contactou a Presidência da Republica para apurar o ponto da situação do assunto ao que foi dito que o caso "está entregue" ao chefe da Casa Militar, General Jorge Guni que por seu turno ainda não trouxe nenhuma solução fora as sucessivas reuniões que vem mantendo com grupo.

Declarações do General Guni

A Presidência da República recomendou ao «Cnal de Moçambique» que contactasse o general Guni para melhores esclarecimentos sobre a matéria, todavia este nada esclareceu e por seu turno, à semelhança da Presidência, sacudiu o capote, apontando o dedo para o ministro da Defesa.
Segundo o chefe da Casa Militar "o grupo de desmobilizados está sob alçada do Ministério da Defesa Nacional por isso que não poderei pronunciar-me sobre o assunto".
"Nós não recrutamos e nem desmobilizamos pessoas".
"Existe uma instituição específica no Ministério da Defesa Nacional que lida com questões de desmobilizados e certamente pode pronunciar algo sobre este grupo e não a Casa Militar".
Segundo ele "o grupo de desmobilizados serviu a Casa Militar em comissão de serviço". Também realçou que o mesmo é proviniente das Forças de Armadas de Defesa de Moçambique, (FADM).
Por outro lado Jorge Guni repisa ainda que o problema que está afectar de momento o grupo de desmobilizados em causa "é conjuntural e por isso que só o ministro da Defesa Nacional poderá dar resposta".

quinta-feira, 17 de julho de 2008

EUA planeiam abrir representação diplomática no Irão pela primeira vez desde 1979


Os Estados Unidos planeiam estabelecer uma representação diplomática em Teerão pela primeira vez em 30 anos. A acontecer, este será um volte-face assinalável na política diplomática de George W. Bush no que toca a Teerão.

A notícia é hoje avançada pelo “The Guardian”, que sabe que este anúncio do estabelecimento de uma secção de interesses em Teerão será feito no próximo mês. Esta secção seria uma espécie de “primeiro passo” no caminho da implantação de uma embaixada.

Esta mudança de atitude em relação ao Irão acontece numa altura particularmente tensa entre os dois países, depois de o Presidente Mahmoud Ahmadinejad ter levado a cabo testes com mísseis de longo alcance, que colocaram Israel – um tradicional aliados norte-americano – à beira de uma crise de nervos.

Apesar disso, já ontem se podiam sentir alguns “ventos de mudança”, depois de ter sido anunciado que um responsável do departamento de Estado norte-americano, William Burns, seria enviado para a Suíça, para o encontro que decorre amanhã entre o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, e o negociador iraniano responsável pelo “dossier” nuclear.

Burns vai sentar-se à mesa das negociações, apesar de Bush ter, até ontem, dito sempre que afastava negociações directas com o Irão enquanto o país não suspendesse o seu programa de enriquecimento de urânio.

O regresso de diplomatas ao Irão está dependente do acordo de Teerão, mas o Presidente Ahmadinejad já indicou, no início desta semana, não estar contra a abertura de uma missão norte-americana no país. O Irão consideraria favorável qualquer pedido que tenha como objectivo melhorar as relações entre os dois países, disse. Além do mais, Teerão não teria face para negar o estabelecimento de uma representação de interesses, uma vez que o Irão tem embaixada em Washington.

Presentemente, os interesses norte-americanos no Irão estão oficialmente sob a alçada da Suíça, mas o que se passa na prática é que existe uma pequena equipa de americanos a trabalhar independentemente a partir da embaixada suíça em Teerão.

A criação de uma secção de interesses significaria o regresso de diplomatas americanos a Teerão pela primeira vez desde a crise dos reféns que começou com centenas de estudantes – no quadro na revolução iraniana de 1979 que levou ao derrube da monarquia – a entrarem de rompante na embaixada americana, no ano da revolução, tendo apenas libertado os reféns em 1981.

Israel chora soldados...Hezbollah canta vitória


Médio Oriente. Israel chorou ontem o regresso, em caixões, dos soldados raptados pelo Hezbollah há dois anos, Ehud Goldwasser e Eldad Regev, cujo sequestro desencadeou uma guerra no Líbano. Os apoiantes do movimento xiita, por seu lado, festejaram o regresso dos presos libertados em troca

Israelitas foram raptados a 12 de Julho de 2006

Era o dia que mais esperavam. Mas também aquele que mais temiam. Quando ontem viram os dois caixões pretos passarem a fronteira de Rosh Hanikra, entre Israel e o Líbano, as famílias de Ehud Goldwasser e Eldad Regev confirmaram enfim que os soldados israelitas sequestrados pelo Hezbollah há dois anos estavam realmente mortos. Apesar de o primeiro-ministro já ter apontado a hipótese, o movimento radical xiita libanês nunca a confirmou e, por isso, ainda havia uma réstia de esperança.

"Foi uma coisa horrível de ver. Fizemos o possível para trazê-los, mesmo que fosse neste estado. Ao longo deste tempo tínhamos esperança de que voltassem com vida. Na noite passada ainda esperei um milagre. É--me difícil expressar o que vi", explicou o pai de Eldad, Zvi Regev, que foi citado pelos media israelitas.

"Queremos lembrar o nosso filho como era e não como um cadáver", declarou à rádio israelita o pai de Ehud, Shlomo Goldwasser, explicando que nem ele nem a mulher, Miki, queriam olhar para dentro do caixão onde estava o soldado.

Goldwasser e Regev foram trocados pelos restos mortais de mais de duas centenas de combatentes libaneses e palestinianos e por cinco detidos, entre os quais Samir Kuntar, condenado a 542 anos de prisão. A troca foi feita através da Cruz Vermelha após uma mediação alemã. A captura dos dois reservistas pelo movimento de Hassan Nasrallah desencadeou uma ofensiva militar israelita, que viria a durar 34 dias, fazendo 1200 mortos do lado libanês e 160 do lado israelita.

O Hezbollah não saiu derrotado e a guerra acabou apenas quando a ONU criou uma zona tampão que impedisse ataques vindos do Líbano. Agora o Hezbollah volta a sair reforçado de uma troca que para muitos israelitas é desproporcionada. Enquanto em Israel o ambiente era ontem de pesar, com as televisões a passarem filmes sobre a infância dos dois soldados, no Líbano houve fortes festejos. Vencedores e vencidos à parte, o mito que esta troca confirma é que Israel não abandona os seus homens, nem mesmo depois de mortos. E o Hezbollah também não.

Estudantes universitários envolvidos em raptos e outros crime

As autoridades policiais anunciaram que detiveram quatro indivíduos, um deles estudante universitário, por envolvimento no rapto de uma holandesa, Nicoline Matos, no passado dia 10 do corrente mês, quando ela se encontrava na zona da marginal da Cidade de Maputo a caminhar em marcha desportiva na companhia do seu marido o veterinário Mário Jorge Almeida Matos. A informação, foi avançada por Pedro Cossa, porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, no seu "briefing" semanal com a Comunicação Social.
Nicoline Matos, cunhada do empresário António Almeida Matos, viria a ser libertada pelos seus raptores no dia seguinte.
Segundo Pedro Cossa está crescer o número de estudantes universitários que nos últimos tempos se vem envolvendo em crimes para alegadamente fazerem dinheiro que lhes permita fazerem face a despesas com que têm de se confrontar.
“Por falta de dinheiro para custear certas despesas os estudantes universitários têm enveredado por caminhos duvidosos e ligados ao crime”, disse Pedro Cossa.
O porta-voz do Comando-Geral da PRM afirmou ainda que as autoridades policiais assim que descobrem estes casos instauram processos de forma a que os mesmos sejam chamados a responder em juízo, bem como a arcar com as despesas inerentes aos danos causados.
Pedro Cossa, voltando a falar do rapto de uma cidadã de origem holandesa disse que ela foi libertada “a custo zero”, isto é, sem pagamento de qualquer resgate.
A tal cidadão reside em Moçambique há muitos anos e é casada com um moçambicano. Foi raptada na Marginal de Maputo, ao fim da tarde de quarta-feira da semana passada, quando caminhava na companhia do marido e de uma terceira pessoa. Viria a ser libertada no dia seguinte, “a custo zero” na “EN4 – Estrada Nacional Maputo-Witbank», segundo Pedro Cossa, porta-voz do Comando Geral da PRM.
Entretanto o porta-voz do Comando da Cidade de Maputo da Polícia da República de Moçambique (PRM), Arnaldo Chefo, contrariaria as declarações de Pedro Cossa, do Comando-Geral da corporação, ao afirmar que a mesma foi liberta “por troca de dinheiro”.
“Os indivíduos que raptaram a holandesa abandonaram-na na «EN4-Estrada Nacional Maputo-Witbank» depois de receberem o dinheiro que exigiam”, afirmou Arnaldo Chefo.
O porta-voz do Comando da Cidade, disse que os raptores não receberam na totalidade o dinheiro que exigiam.
Não foram revelados números, mas andam a ser veiculadas, por fontes diferentes, valores diferentes, referentes ao resgate pago pela libertação da cidadã raptada. Nenhuma fonte confirma o valor realmente pago.
Sabe-se, no entanto, que o pagamento foi feito numa artéria da capital e a restituição da raptada à liberdade deu-se próximo da portagem da Moamba, na Estrada Nacional N4, que liga Maputo a Ressano Garcia.
Já em Chimoio, a semana passada, a Polícia diz ter apreendido, numa barraca que servia de esconderijo, 495 munições do tipo PPX, em bom estado de conservação e em condições de serem usadas.
Pedro Cossa que revelou tal informação à Imprensa disse que as referidas munições se encontram sob custódia policial numa das esquadras da província e que no seu devido momento terão o melhor tratamento.

Líderes africanos devem falar das injustiças como a do Zimbabwe


“É dever de todos os lideres africanos falarem sobre a injustiça em lugares como o Zimbabwe”, defendeu a presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, há dias, aqui em Joanesburgo, na sessão anual de sapiência em homenagem a Nelson Mandela que na próxima sexta-feira, dia 18, completa noventa anos de idade.
O homenageado Nelson Mandela, apelou na mesma sessão “por uma maior solidariedade para por fim a conflitos que tem semeado ódio e divisão no mundo”.
No seu discurso de apresentação que posteriormente foi precedido pela presidente Liberiana Ellen Johnson disse haver necessidade de preocupação com o centro de valores humanos “Há muito ódio, divisionismo, conflito e violência no globo desde o começo do século 21”.
Mandela, Prémio Nobel da Paz, congratulou Sirleaf por ser “um exemplo emergente para a África devido o seu esforço pela manutenção da paz em Africa”.
Antes da sessão de sapiência, um grupo de 200 residentes de KlipTown, próximo ao Hotel Soweto, centro do evento, fez chegar uma carta de protesto à Fundação Nelson Mandela afirmando que os seus propósitos de melhores condições de vida não foram atingidos.
Ellen Johnson Sirleaf , a primeira mulher Africana eleita a presidência em 2006 disse que “África esta próxima a atingir os seus objectivos económicos e políticos” contudo, ressalvou “muito ainda há por fazer”.
“A renascença africana está nas nossas mãos, e a nova África vislumbra-se aos nossos olhos”.
A vice-presidente sul africana, Phumzile Mlambo Ngcuka, falando à margem do evento disse que “a Libéria é um país a ter em conta em termos de investimento”. Ngcuka, referiu que aquele país contém uma reserva mineral considerável assim como um potencial turístico visível.
Em 2007 a África dos Sul exportou para aquele país um total de 9,85 milhões de dólares e importou 2,98 milhões de dólares.

Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP

Comunidade. Subitamente, a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa tornou-se um clube muito requisitado. Há dois anos, a Guiné Equatorial e o Maurício entraram, com o estatuto de países associados. Este ano, será a vez do Senegal. Na lista de espera, estão países do Leste e América Latina
Português pode ser língua oficial na Guiné Equatorial
O Senegal vai tornar-se este mês o terceiro país adquirir o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas a lista de espera é longa e inclui nações de geografias tão improváveis como o Leste europeu.
Ucrânia, Croácia e Venezuela já fizeram chegar o seu interesse ao 32 da Rua de São Caetano, à Lapa, em Lisboa , onde a CPLP está instalada num palacete novecentista cedido pelo Governo português.
Constituída há 12 anos, com sete países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a CPLP alargou-se a oito, em 2002, com a adesão de Timor-Leste.
Em 2006, na Cimeira de Bissau, a comunidade aceitou os seus dois primeiros países associados: Maurício e Guiné Equatorial.
Maurício (país do Índico usualmente designado como Maurícias) é habitado por duas comunidades, uma de origem indiana e outra africana, originária de Moçambique, daí o interesse em participar na CPLP, com o actual estatuto de associado.
A Guiné Equatorial não descarta a hipótese de passar a ser o 9.º membro efectivo, depois de acrescentar o português às suas duas línguas oficiais; castelhano e francês.
Antiga colónia portuguesa, foi objecto, no século XVII, de um negócio com a Espanha, que. em privado, o Presidente da Guiné Equatorial faz questão de lamentar. Em troca, Portugal recebeu da Coroa espanhola um território na América do Sul que foi integrado no Brasil.
Na Cimeira de Lisboa, que terá lugar no Centro Cultural de Belém, nos próximos dias 25 e 26, será a vez da formalização da adesão do Senegal.
Mas na próxima cimeira de chefes de Estado, a realizar em Luanda em 2010, já deverá ser necessário pôr mais lugares à mesa.
"Temos sido abordados por diversos países que exprimiram informalmente o seu interesse em aproximarem-se e solicitar o estatuto de associados", reconheceu o embaixador Luís Fonseca, o diplomata de Cabo Verde que é secretário executivo da CPLP desde há quatro anos.
O embaixador escusou-se a nomear os país interessados, que são essencialmente de duas origens geográficas: Leste da Europa e América do Sul.
No continente sul-americano, a CPLP é atraente aos olhos de todos os países que fazem fronteira com o Brasil: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guyana, Paraguai, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela, em particular deste último onde existe uma forte comunidade portuguesa e o presidente Chávez se encontra em rota de colisão com o Governo de Madrid.
Ucrânia e Roménia são dois candidatos óbvios, devido aos laços que estreitaram com Portugal através de fluxos migratórios. Menos óbvio é o interesse croata.
O forte crescimento do Brasil e Angola ajuda a perceber esta explosão de interesse que a CPLP está a despertar em diversos cantos do Mundo.
Com o preço do barril do brent a roçar os 150 dólares, há muita gente a querer ser amiga de uma comunidade em que metade dos seus membros têm petróleo (Brasil, Angola, Timor e São Tomé).

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Para breve negociações destinadas a solucionar crise política

O ministro da justiça do regime de Harare, Patrick Chinamasa, declarou a correspondentes estarem para breve negociações entre o Movimento para a Mudança Democrática (MDC) e a ZANU-PF, sob mediação sul-africana. Chinamasa disse que Morgan Tsvangirai, o vencedor da primeira volta das eleições presidenciais, iria participar nas negociações.No passado fim-de-semana, o presidente sul-africano, Thabo Mbeki, havia tentado reunir na sua residência oficial os líderes daquelas duas formações políticas, mas Morgan Tsvangirai optou por boicotar o encontro até que fossem esclarecidos os termos das negociações.Da parte do MDC não houve confirmação do encontro destinado a solucionar a grave crise provocada pelo regime encabeçado por Robert Mugabe, mas o secretário-geral do maior partido da oposição do Zimbabwe, Tendai Biti, é citado a dizer que as “negociações eram inevitáveis”. Há notícias de que as negociações poderão ter início antes do fim-de-semana como forma de antecipar uma decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas visando a aplicação de sanções contra o regime prevaricador de Mugabe.

Procura-se quadro legal para energias renováveis

UM quadro legal e uma estratégia sobre energias renováveis poderá ser adoptado até ao final do ano, tendo em vista a exploração de outras alternativas limpas que favoreçam o desenvolvimento do país e da região. Enquanto isso, já se está a trabalhar na avaliação das potencialidades nacionais no que se refere a energias renováveis, havendo estudos com vista ao estabelecimento de centrais de produção de energia eólica na Ponta d’Ouro, província do Maputo, e no Tofinho, em Inhambane.O facto foi dado a conhecer pelo director para a área de Novas Energias no Ministério da Energia, António Saíde, que apresentou ontem, em Maputo, as oportunidades de investimento no sector ao grupo de empresários italianos integrados na missão “Itália em Maputo”.De acordo com António Saíde, que falava à nossa Reportagem, dentro de três meses estará disponível o “draft” de política e estratégia, após o que se seguirão discussões e afinação do mesmo, na perspectiva de que até final do ano esteja concluído para uso e implementação.A nossa fonte justificou que a área de energias renováveis é nova, apesar de já existirem experiências no que se refere ao uso da biomassa, da hídrica e solar, que são energias limpas. No caso do carvão e lenha, segundo indicou, a questão que se coloca é em termos da sustentabilidade do seu uso.Neste momento, segundo indicou António Saíde, a estratégia está sendo concebida atendendo à diversificação da matriz energética com base em energia limpa. É neste quadro que se iniciou há um ano e três meses a medição do potencial eólico (dos ventos) para fins de energia, com a montagem na Ponta d’Ouro e Tofinho de duas pequenas estações a 10, 20 e 30 metros.Os resultados são encorajadores e apontam para ventos médios de seis e sete metros por segundo, adequados para a instalação de um parque eólico para a geração de electricidade. No entanto, as recomendações técnicas dizem que é necessário medir durante pelo menos dois anos e um máximo de cinco.“Os resultados são promissores e isto permite responder às nossas necessidades e, sempre que possível, dos mercados que se predispõem a usar esta energia. Conhecer o potencial é fulcral para avançarmos com projectos concretos. O custo de uma turbina de 1MW está situado em um milhão de dólares e só podemos avançar depois de termos toda a informação sistematizada para definirmos o pacote”, disse.A missão italiana tem prevista para hoje uma deslocação à província de Nampula, onde vai tomar contacto com alguns projectos na área de infra-estruturas, agricultura e agro-indústria, turismo, entre outras.Na segunda-feira, o Vice-Ministro italiano para o Desenvolvimento Económico, Adolfo Urso, afirmou que Moçambique apresenta-se como opção importante de internacionalização em diversos sectores nos quais as empresas italianas manifestam excelência. Existe já uma parceria política muito importante e agora a Itália aspira a tornar-se também num parceiro económico robusto.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Cidadãos não confiam na DIC e está instalado o caos

Só na Direcção de Identificação Civil (DIC) – Sede, estão mais de 5.000 Bilhetes de Identidade à espera de serem levantados. A opinião de cidadãos por nós ouvidos é de que as pessoas não reconhecem credibilidade aos serviços da DIC. Já não têm esperança de ver seus documentos emitidos, portanto não mais vão reclamar seus BI´s depois de tratarem de tudo na Direcção de Identificação Civil (DIC). O Director Nacional de Identificação Civil, Hélder dos Santos, recusa-se a falar sobre o assunto.
Obter o Bilhete de Identidade (BI), o documento oficial concebido para a identificação dos cidadãos nacionais em Moçambique, é um verdadeiro martírio. Cidadãos permanecem anos com recibos de pedido de BI, depois de terem submetido o pedido junto da Direcção Nacional de Identificação Civil (DIC), enquanto o tempo máximo estabelecido para a emissão deste documento é de 90 dias. Mesmo reconhecendo estes factos, as autoridades incumbidas de emitir este documento nunca se dignam a dar alguma explicação sobre a morosidade que se verifica no processo da emissão dos BI´s, e agora são os cidadãos que já não querem mais ir levantar os seus documentos nos postos da DIC. Na ponte-cais da cidade de Inhambane estão afixadas as listas dos cidadãos que têm os seus BI´s já emitidos e arquivados nas gavetas da DIC local, à espera de levantamento, observou o nosso repórter numa passagem recente por aquela cidade. O número de BI´s que estão a espera de levantamento na DIC local é de três mil e duzentos e vinte sete (3227). Ficamos a saber na mesma ocasião que "as listas de BI´s à espera de levantamento são afixadas passados seis meses depois dos pedidos terem chegado à DIC local". A informação foi nos passada por uma funcionária da DIC de Inhambane. A situação que se verifica em Inhambane sucede também na DIC-Sede, em Maputo. Aqui estão afixadas listas de dois mil e duzentos e noventa e sete (2.297) que esperam pelo seu levantamento das gavetas da DIC. De notar que nas das listas afixadas na DIC em Maputo há algumas observações que indicam alguns BI´s já caducados.
Cidadãos dizem que não acreditam na DIC
Alguns cidadãos ouvidos pelos mesmo à porta da DIC em Maputo, estavam ali à procura dos serviços daquela instituição. Opinaram que “o que leva as pessoas a não levantar os seus documentos é que já não crêem mais na seriedade da DIC”. “Preferem ficar com os recibos, ao invés de ir sempre a DIC para ouvir que o seu BI ainda não saiu”, disse-nos Albertina Banze que diz estar a espera do BI há mais de 18 meses. Albino Sengo é um outro cidadão que diz estar à espera de BI “há muito tempo”. “Não falta muito que eu também vou parar de me deslocar aqui para ver se saiu o meu BI, que nunca sai”, disse aborrecido. Em jeito de desabafo e de gozo, outro cidadão de nome Manuel Langa, disse que “daqui vou pedir a emissão de cartão de membro da Frelimo, que passará ser a minha identidade”. “Tenho a certeza de que terei o cartão dentro de duas semanas”, comenta em tom irritado e ri-se.
Hélder dos Santos recusa-se a falar do assunto
Contactado para explicar o que se passa no processo de emissão dos Bilhetes de Identidade que está a ser muito lento, criando enormes constrangimento aos cidadãos, o Director Nacional de Identificação Civil, Hélder dos Santos, preferiu não se pronunciar. “Não tenho nada a dizer, não posso comentar nada”, disse em contacto telefónico. Hélder dos Santos negou também falar do novo BI que foi aprovado pela 8ª sessão de Conselho de Ministros, a 01 de Abril do corrente ano. “Sobre o novo BI… também não tenho nada a dizer, nem quando é que começará a sua emissão, nem nada. Me desculpe, mas não sou a pessoa indicada”, disse o Director Nacional de Identificação Cívil, Hélder dos Santos. Perante a insistência do autor deste artigo, o Director da DIC acabou dizendo: "procure falar com dr. Ilídio Miguel, talvez ele lhe diga algo. Ele é que o porta-voz do Ministério do Interior”.

Alvoroço na EMOSE

As viaturas foram compradas na Toyota de Moçambique por vias obscuras. O seu processo de aquisição não deu entrada nos serviços administrativos que eu dirigia e que continuo a dirigir neste novo elenco, tal como acontece no âmbito de aquisição de outros bens da empresa" – Paulo Djedje, director dos Serviços Administrativos e Patrimoniais da Emose.
A Emose - Empresa Moçambicana de Seguros, está em alvoroço devido a uma carta anónima. Com muitos detalhes, admite-se que tenha sido iniciaiva de algum sector laboral, mas também não está posta de parte a hipótese do seu autor ser alguém ao mais alto nível da empresa, no activo ou já desligado da gestão corrente, que repudia os desmandos alegadamente perpetrados pelo actual Conselho de Administração. A carta em causa contém detalhes que sugerem que não se trata de denúncias de simples trabalhadores da empresa. Também não está identificada a origem ficando sem se poder perceber se a sua proveniência é da sede da EMOSE ou de alguma delegação. É sabido que a Emose tem delegações não só em Maputo, como também em Quelimane e Beira. A carta, como agora se especula nos meios da empresa terá sido "forjada por altos dirigentes da empresa para desviar as atenções do público. Alguns ainda no poder e outros já de fora de vido à sua gestão danosa". Ao que apuramos, entretanto, que há de facto "descontentes" na empresa. Porque "lhes foram arrancados o saco azul e outros bens" como consta nos meios da empresa. Não se conhecem autores mas suspeita-se que a carta provenha de alguém que já teve poder. Nos gabinetes da Emose, em Maputo e pelo país afora as emoções são intensas. Afirma-se que "a carta circula há mais de duas semanas". E corre pelos endereços de email fora da empresa. "Já corre por todas as delegações da Emose", mas ninguém a assina. "Não se trata de uma carta vinda de nenhum trabalhador simples", é o que corre na empresa. A história da carta que se tenta fazer crer que parte de simples trabalhadores contam-nos que "começa em 2005, altura em que os cofres da Emose não tinham dinheiro para pagar aos seus segurados, facto que obrigou o novo Conselho de Administração a pedir um empréstimo de 135 milhões de meticais à Bolsa de Valores de Moçambique para dar andamento aos projectos que a empresa já tinha herdado da administração cessante". Mas ninguém quer dar a cara para que se possa entender melhor o que está realmente a acontecer. Sabe-se apenas que a carta está a perturbar o ambiente na EMOSE. Um Conselho de Administração anterior ao actualmente em funções era presidido por Pedro Bule, e integrava Bernardo Cumaio, Armando Blyton, Venâncio Mondlane e Mário Samboco. Os dois últimos, são acusados de corrupção e anarquia. Foram reconduzidos e integram o actual Conselho de Administração. Admite-se que ai esteja também uma explicação para tamanho alvoroço que faz agora parte do dia a dia da empresa. Fala-se que tudo começa porque há cinco viaturas adquiridas para igual número de administradores. "Tinham ficado com cinco viaturas de marca Land-cruser compradas de forma duvidosa na Toyota de Moçambique, num processo de ignorou os serviços administrativos da Emose". Entretanto, uma fonte da Emose que solicita anonimato garante que Pedro Bule e Bernardo Cumaio, que ocupavam os cargos de Administrador-delegado e da Organização e Gestão, respectivamente, "são as pessoas que estavam por detrás de aquisição de bens da empresa" e "para além de que compravam bens sem consultar os serviços administrativos não queriam deixar o poder". Mas ninguém prova absolutamente nada. É o diz que se diz e não se consegue apanhar a ponta do fio da meada. Nos bastidores da Emose andam nomes sonantes: Pedro Bule e Bernardo Cumaio são apontados como sendo "as pessoas de não estão contentes com a actual administração porque eles queriam continuar no poder". E assim se conclui sem o mínimo de provas que os mesmos sejam de facto os autores da carta anónima que está a criar mau ambiente na EMOSE. Sobre a aquisição de cinco viaturas compradas na Toyota de Moçambique, por vias obscuras e com o dinheiro tirado dos cofres da Emose, há de facto uma história e quem dê a cara por ela. O director dos serviços administrativos e patrimoniais, Paulo Djedje, disse ao que "circulam por ai fora da empresa cinco viaturas Toyota Land-cruser que forma adquiridas com o dinheiro da Emose. Eu fui director dos serviços administrativos e patrimoniais nessa altura e ainda continuo embora o elenco seja outro". Por vias obscuras… Paulo Djedje, sem evasivas disse que "as viaturas foram compradas na Toyota de Moçambique por vias obscuras. O seu processo de aquisição não deu entrada nos serviços administrativos que eu dirigia na altura tal como acontece sempre no âmbito de aquisição de outros bens da empresa", garante. De seguida explica que "em condições normais qualquer bem que é adquirido numa empresa deve passar pelos serviços administrativos" mas assegura que para o caso concreto dessas viaturas "o processo foi invertido". Ainda de acordo com o Paulo Djedje, as referidas viaturas que “hoje são pertença pessoal dos antigos administradores da Emose, foram compradas com as ordens de Bernardo Cumaio”, "que na altura acumulava os cargos de administrador da organização e gestão e, simultaneamente, administrador financeiro". Outros dados indicam ainda que Venâncio Mondlane, que já era Presidente do Conselho de Administração da Emose e foi reconduzido e mantém-se no cargo “por não ser executivo nunca teve voz activa”. “Os restantes administradores foram quem sempre cuidaram de tudo até das finanças quando o deliberavam”. De referir que antes de 17 de Setembro de 2005, altura em que o actual Conselho de Administração tomou posse, o antigo CA era composto para além de Venâncio Mondlane como PCA ainda por Pedro Bule, administrador-delegado; Bernardo Cumaio, administrador de organização e gestão; Mário Samboco, administrador de exploração e imobiliário; Armando Blyton, administrador de exploração de seguro.

G8 disponibiliza 50 mil milhões de dólares para combate às doenças infecciosas

O G8 comprometeu-se, esta terça-feira, a aplicar 60 mil milhões de dólares no combate à SIDA e à malária em África durante os próximos cinco anos e confirmou o compromisso do grupo de duplicar a sua ajuda ao continente até 2010.
Os países mais industrializados do mundo comprometeram-se, esta terça-feira, no Japão, a aplicar 60 mil milhões de dólares no combate à SIDA e à malária em África durante os próximos cinco anos. `Reiteramos o nosso compromisso de prosseguir os esforços para trabalhar com vista a fornecer pelo menos 60 mil milhões de dólares durante cinco anos para combater as doenças infecciosas e reforçar a saúde´ em África, lê-se num comunicado. O compromisso de pagar 60 mil milhões de dólares para lutar contra a malária e a SIDA tinha sido tomado pelos líderes dos EUA, Reino Unido, Japão, Alemanha, França, Itália, Rússia e Canadá na cimeira de Heiligendamm, na Alemanha.O grupo confirmou também o compromisso, assumido há três anos na cimeira de Gleneagles, na Escócia, de duplicar, para 50 mil milhões de dólares, até 2010 a ajuda ao desenvolvimento do continente africano.

LAM aumenta preço dos bihetes e reduz número de voos

A LAM anunciou segunda-feira em Maputo o aumento do preço dos bilhetes e a redução do número de voos para responder ao aumento exponencial do preço do combustível para aviões a jacto (Jet A-1).
Em comunicado, a empresa informou que no primeiro semestre o Jet A-1 passou de 35 para 50 por cento dos seus custos totais, o que significa que há um aumento mensal de 950 mil dólares na factura de combustível.O preço do Jet A-1 aumentou 43 por cento entre Janeiro de 2007 e Janeiro de 2008 mas apenas em quatro meses - entre Março e Junho deste ano - aumentou 39 por cento.Em consequência, a LAM decidiu aumentar o preço dos bilhetes em 10 por cento nos voos domésticos e aumentar em cinco dólares a taxa de combustível nos voos regionais e diminuir o número de voos, particularmente naquelas rotas com uma taxa de ocupação baixa.Além disso, a companhia anunciou igualmente pretender modernizar a sua frota, substituindo os Boeing 737-200 por outros aparelhos mais eficientes em termos de combustível.O principal negócio da LAM é a cobertura doméstica e regionalmente voa para Joanesburgo, Durban, Nairobi e Dar-es-Salaam.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Raides contra desalojados em Harare

Homens armados invadiram dois campos onde se concentram as vítimas da violência que se seguiu ao processo eleitoral no Zimbabwe, resultando em feridos e desaparecidos.O Movimento para a Mudança Democrática, MDC, disse que várias pessoas foram mortas num dos incidentes ocorridos em Godwe, a norte de Harare, enquanto que outras se esconderam na floresta.Em Ruha, próximo da capital zimbabueana, homens mascarados e trajados de uniforme militar espancaram um grupo de pessoas que tinham sido vistas a pedir refúgio na embaixada da África do Sul. Oito tiveram de receber assistência no hospital.O Centro de Ruha alberga cerca de quatrocentas pessoas retiradas do recinto da embaixada sul-africana.Cerca de catorze desapareceram depois do ataque. A maioria pertence a um grupo criado pelos ocupantes para garantir a sua segurança.Um correspondente da BBC disse que estes ataques poderiam ameaçar a realização de conversações sobre a partilha de poder no Zimbabwe.Crise no Zimbabué discutida no G-8A notícia dos ataques surge numa altura em que a crise do Zimbabué era discutida na Cimeira do G-8 no Japão, pelo Presidente dos Estados Unidos, George Bush e o líder da União Africana, o presidente tanzaniano Jakaya Kikwete.George Bush disse haver necessidade de se prestar atenção especial ao Zimbabué. "Estou profundamente preocupado com o povo do Zimbabwe e com as eleições que considero uma farsa.""Escutámos atentamente o Presidente Kikwete, líder da União Africana, que está envolvida nesta questão que nos tem consumido muito tempo", afirmou George Bush.O Presidente Kikwete disse existirem diferenças na questão do Zimbabwe... "a única área em que divergimos é nos passos a seguir, vistos de forma diferente pelos Estados Unidos e países africanos."E o líder tanzaniano acrescentou: "Penso que há ainda espaço para discussões. Quero assegurar que as preocupações dos países ocidentais são comuns às dos africanos."Segundo o líder da União Africana vários presidentes do continente expressaram a sua insatisfação pela forma como foram conduzidas as eleições zimbabweanas

Na Ilha de Moçambique: Crise na "Juventude" da Renamo

A LIGA da Juventude da Renamo na Ilha de Moçambique, em Nampula, está a enfrentar uma crise com uma ala da organização a acusar a liderança de alegadamente estar a beneficiar-se de forma não clara de fundos que estariam a ser canalizados por uma organização não-governamental alemã denominada Konrad Adenauer.Maputo, Terça-Feira, 8 de Julho de 2008:: Notícias Uma fonte da agremiação que falou na condição de não ser identificada, explicou ao nosso Jornal que, para lograr os seus intentos, os líderes da liga e aquela ONG criaram uma organização denominada Associação dos Moradores do Bairro de Amacaripi (AMOBEMA) com o objectivo “de fazer cobertura aos apoios que a Konrad Adenauer iria alocar à Liga da Juventude da Renamo”.“Inclusive ficamos surpreendidos num dos encontros da AMOBEMA ao tomarmos conhecimento de que um dos objectivos desta organização era de mobilizar jovens da Frelimo e os membros do Movimento União para a Ilha (UPI) para aderirem à Renamo ou votarem no nosso partido e no seu candidato em troca de financiamentos para projectos. O que mais nos intrigou é o facto de nós moçambicanos e simpatizantes da Renamo termos sido preteridos de ocupar cargos de direcção a favor do representante da Konrad que ocupa o lugar de coordenador da AMOBEMA”.No referido encontro e segundo a nossa fonte, o coordenador da AMOBEMA teria também prometido injectar um fundo de 280 mil meticais para o funcionamento da agremiação, bem assim uma viatura para apoiar a campanha eleitoral do concorrente da Renamo no município da Ilha de Moçambique.“Nós membros da Liga Juvenil da Renamo estamos contra estas atitudes e estamos dispostos a abandonar a organização caso cidadãos estrangeiros continuem a liderar a nossa organização”, garantiu.Neste momento a Direcção da AMOBEMA é liderada por Amade Ernesto, tendo como coordenador o cidadão alemão Igor Shols e secretária Malelia Momade.Tentativas de ouvir a direcção daquela agremiação foram infrutíferas, mas uma fonte da Renamo na capital do país disse que tais informações não correspondiam à verdade.