terça-feira, 29 de julho de 2008
Direitos Humanos: Amnistia Internacional acusa China de ter quebrado promessa olímpica
O relatório faz um retrato da situação no país desde 2001, ano em que a China foi escolhida para organizar os Jogos de 2008 e se comprometeu junto do Comité Olímpico Internacional (COI) a adoptar medidas para melhorar a situação dos direitos humanos no país, em linha com a Carta Olímpica.
“Não houve progressos com vista ao cumprimento destas promessas, apenas uma deterioração continuada”, concluiu o autor do relatório apresentado ontem em Hong Kong, sob o título “Contagem decrescente olímpica – as promessas quebradas”.
Segundo o relator da organização de defesa dos direitos humanos, “as autoridades usaram os jogos Olímpicos como pretexto para continuarem e, em alguns aspectos, intensificarem as políticas e práticas existentes que conduziram a violações graves e disseminadas dos direitos humanos”.
Nos últimos meses, acrescenta o documento, o regime comunista, reforçou a perseguição a jornalistas, advogados e activistas para “silenciar os dissidentes” à medida que a atenção internacional se centrava na China e, em alguns casos, as autoridades chegaram mesmo a intimidar as famílias dos opositores.
A Amnistia Internacional não poupa também o COI, a quem acusa de incapacidade para forçar Pequim a cumprir o caderno de encargos que assumiu em 2001, “passando a mensagem de que é aceitável um Governo organizar os Jogos Olímpicos numa atmosfera caracterizada pela repressão e perseguição”.
“A menos que se assista a uma mudança radical da parte das autoridades chinesas, a herança dos Jogos não será positiva para os direitos humanos na China”, avisa a organização, que repete o apelo para que o COI e a comunidade internacional convençam Pequim a adoptar medidas rápidas para salvar a face.
No relatório são apontadas cinco medidas que o país poderá adoptar no curto prazo, que constavam já de uma carta enviada recentemente ao Presidente chinês, Hu Jintao. Entre elas, a “libertação de todos os detidos por delitos de opinião” e a adopção de medidas para “impedir a polícia de proceder a detenções arbitrárias de signatários de petições”. a AI quer também que as autoridades garantam “liberdade total” aos jornalistas que vão acompanhar as Olimpíadas e dêem conta “de todos aqueles que foram mortos ou detidos durante as manifestações de Março de 2008 no Tibete”. Por último pede que sejam publicadas “na totalidade” as estatísticas sobre pena de morte e se aplique uma moratória às execuções.
O Governo chinês já reagiu às acusações que lhe são feitas, sustentando que “aqueles que conhecem a China não podem estar de acordo com este relatório”. “Esperamos que [a AI] tire os óculos fumados que usa há muitos anos para ver que, por fim, consiga ver a China de forma objectiva”.
Falta um pouco de tudo no Centro de Saúde de Kongolote
O centro de saúde de Kongolote, no Municipio da Matola, ressente-se da falta de pessoal médico para responder à demanda dos seus serviços, principalmente para atender aos casos de maior gravidade, com maior incidência a malária, e “doenças oportunistas” resultantes do HIV/Sida. Este facto foi revelado ao Canal de Moçambique por Aina Rachide, directora técnica daquele centro de saúde.
Disse ainda que a exiguidade de espaço condiciona o número de atendimentos por dia, pois as seis salas actualmente em uso não satisfazem os anseios da sua instituição, que segundo sustenta, passam por cobrir um cada vez maior número de pacientes do lugarejo. “Mesmo assim a média atinge as 300 ou 400 pessoas por semana, com maior incidência para as crianças dos três aos 10 anos padecendo de doenças diarreicas, gripe, malária e outras com problemas que procuram desparasitação.
Aina Rachide lamenta a falta de um laboratório de análises. Diz que se recorre ao uso de um sistema pouco eficiente. Chama à atenção para a falta de uma viatura para a evacuação de doentes graves, neste caso para o posto hospitalar de Ndalavela.
A finalizar, e naquilo que considerou de falta de sentido de oportunidade, Aina Rachide criticou o facto de alguns seropositivos não participarem das palestras ministradas por uma associação não governamental denominada Ocosida, pois nestas “ há mensagens com horizontes definidos e claros para este tipo de doentes” e que acabam continuando sendo desconhecidas para quem delas precisava de conhecer.
segunda-feira, 28 de julho de 2008
Presidente iraniano quer partilhar "base comum" com o Ocidente
Falando a menos de uma semana do fim do prazo para a resposta de Teerão ao pacote de incentivos oferecido pelo grupo composto pelos EUA, China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha (G-6), Ahmadinejad disse à televisão americana que um acordo com o Ocidente depende na sinceridade de uma mudança da abordagem dos EUA face a Teerão.
Os responsáveis ocidentais indicaram que depois do encontro, em Genebra, entre o negociador do dossier nuclear iraniano com o chefe da diplomacia europeia, no dia 19 de Julho, que Teerão teria duas semanas para responder à oferta ocidental do congelamento de novas sanções internacionais contra o país, em troca do congelamento do programa nuclear iraniano.
O prazo para uma resposta termina no sábado. “Eles ofereceram um pacote [de incentivos] e nós respondemos com o nosso próprio pacote”, disse Ahmadinejad, falando à NBC por intermédio de um tradutor, numa entrevista que a estação de televisão difundiu hoje.
“É muito natural. Num primeiro momento, vamos negociar os itens que tenham uma base comum nos dois pacotes. Se as duas partes conseguirem chegar a um acordo, isso irá ajudar-nos a trabalhar sobre as nossas diferenças, a fim de chegarmos a um acordo”.
Ahmadinejad negou mais uma vez que o Irão esteja a tentar conceber a bomba atómica, tendo dito que as armas nucleares estão desactualizadas.
Ahmadinejad disse ainda à NBC: “A questão principal aqui é saber se isto [a oferta do pacote de incentivos] é a continuação da antiga abordagem, ou se é uma abordagem totalmente nova. Se isto é a continuação do processo antigo, o povo iraniano precisa de defender os seus direitos e os seus interesses”, disse. “Mas se a abordagem mudar, nesse caso estaremos perante uma nova situação e a resposta do povo iraniano será positiva”.
Os Estados Unidos alertaram o Irão para a possibilidade de enfrentarem sanções mais pesadas se Teerão não cumprir o prazo. Washington não afasta a possibilidade de levar a cabo uma acção militar, se a diplomacia falhar.
Zimbabwe introduz nova nota de 100 biliões de dólares
Na segunda-feira o governo de Harare introduziu a nova nota de 100 biliões de dólares zimbabweanos (nove zeros) que, no momento, compra dois pães.
A contagem de zeros já se transformou num pesadelo para bancários e lojistas antes mesmo da introdução da nova nota.
Apenas em 2008, o governo do Zimbabwe devastado pela hiperinflação já lançou notas de 100 milhões, zimbabweanos.
Todas elas já perderam o valor e é comum para os zimbabweanos falarsobre suas despesas diárias usando
números que avançam pela casa dos triliões (12 zeros).
A taxa anual de inflação do Zimbabwe chegou a 2,2% ao ano, segundo dados oficiais divulgados no meio do mês de Julho.
Cortando zeros
O economista zimbabweano John Robertson colocou um gráfico na parede do escritório dando nomes aos números que chegavam ao dobro do trilião.
E, de acordo com alguns zimbabweanos, outra técnica usada para se familiarizar com as quantias é a de cortar zeros, pois a maioria das calculadoras simplesmente não tem dígitos suficientes.
Caixas registadoras, computadores de bancos e os sistemas em geral estão também a lutar para lidar com o excesso de zeros na economia.
Como resultado, os bancos concordaram recentemente em cortar seis zeros em transações em documentos.
Para o economista John Robertson, dentro de um mês eles serão obrigados a cortar outros três zeros.
Outra técnica comum para manter os zeros sob controle é pensar em termos de dólares americanos.
Família Mandela dividida quanto a partilha de bens patrimoniais
Graça Machel, esposa do líder histórico do ANC e antigo chefe de Estado sul-africano, Nelson Mandela, foi chamada a mediar um conflito que grassa há algum tempo no seio da família do carismático estadista. A julgar pelos dados revelados na edição de ontem do semanário «Sunday Times» de Joanesburgo, a viúva de Samora Machel e antiga primeira-dama moçambicana não foi bem-sucedida nos seus esforços como mediadora.
A disputa culminou no último fim-de-semana com o boicote das celebrações do 90° aniversário natalício de Nelson Mandela por parte dos filhos da segunda mulher de Mandela, a senhora Winnie Madikizela-Mandela. Esta também esteve ausente da festa de aniversário realizada na terra natal de Nelson Mandela, Qunu, no Cabo Oriental. Os filhos de Mandela não compareceram à festa apesar dos insistentes apelos feitos por ele próprio e pelo seu neto favorito, o chefe tradicional Mandla Mandela.
De acordo com o «Sunday Times», Winnie Madikizela-Mandela, as filhas Zindzi e Zenani, assim como os netos, recusaram comparecer à festa de aniversário por se sentirem ressentidos pelo facto de terem sido postos de parte em questões familiares.
As duas filhas do casamento de Mandela com Winnie não aprovam a utilização de uma garrafa de bebida alcoólica contendo uma mensagem de felicitações dos filhos e netos de Mandela, garrafa essa produzida no âmbito da angariação de fundos pela Fundação Nelson Mandela. Refere a carta: “As instituições do legado Mandela havia tomado a decisão de que a imagem do Tata (Nelson Mandela) não deveria estar associada a produtos como tabaco, bebidas alcoólicas ou medicamentos”. A carta acrescenta que a decisão tomada pela filha do primeiro casamento de Mandela, Makaziwe, em utilizar um produto alcoólico para promoção da imagem de Nelson Mandela era “inapropriada”.
As filhas de Winnie Madikizela-Mandela também manifestaram o seu desagrado pela forma como foram feitos os preparativos do concerto musical realizado em Londres no âmbito dos festejos do 90° aniversário natalício de Nelson Mandela. O semanário que temos vindo a citar refere que as filhas de Winnie Madikizela-Mandela consideram que “o concerto foi monopolizado por artistas oriundos de Moçambique, Estados Unidos e Londres”. Graça Machel terá tido papel de relevo na inclusão de artistas moçambicanos no leque de participantes ao referido concerto.
Divisão de Bens Patrimoniais
A família Mandela está ainda dividida quanto à forma como os bens patrimoniais de Nelson Mandela irão ser distribuídos após a sua morte. Nelson Mandela terá sugerido durante uma reunião familiar realizada numa propriedade agrícola sua situada na província do Limpopo, que “uma grande percentagem dos seus bens patrimoniais destinar-se-iam à Fundação Nelson Mandela. Uma outra porção seria dada a Graça Machel e ao neto, o já referido chefe tradicional Mandla Mandela, enquanto que o resto seria repartido entre os filhos dos dois primeiros casamentos de Nelson Mandela.
Brasil quer investir no `M'panda Nkua´
A Rio Doce Moçambique é a companhia brasileira a quem foi entregue a concessão mineira do carvão de Moatize, nos meados de 2007, estando em curso os preparativos para a construção de respectiva infra-estrutura mineira. A empresa encontra-se na fase de implementação do projecto de reassentamento das populações que residem nas áreas abrangidas pelo projecto.
Armando Guebuza, cuja delegação que o acompanha integra, entre outras personalidades, os embaixadores do Brasil e da China, disse ainda que assim como o Brasil, a China também é um dos grandes parceiros de Moçambique.
Segundo o Chefe do Estado, a electrificação de todo o Moçambique e não só depende da quantidade de energia que Tete pode produzir, observando que muitos projectos não estão a avançar devido à insuficiência de energia, dando exemplos dos projectos da MOZAL III e areias pesadas de Chibuto, que não avançavam em razão da insuficiência da energia de que o país actualmente dispõe.
sábado, 26 de julho de 2008
O motorista de Ben Laden Salim Hamdan
Salim Hamdan tornou-se no primeiro detido a ser julgado por crimes de guerra dos Estados Unidos desde a II Guerra Mundial
Hamdan apresentou-se com ar desvairado, relataram os jornalistas, dificuldade no andar, envergando túnica creme, turbante branco e auscultadores de tradução na cabeça. Iemenita de origem, foi preso há quase sete anos, no Afeganistão, onde trabalhara tanto como motorista como guarda-costas de Ussama ben Laden. Apenas porque precisava dos 200 dólares que recebia, diz ele, tentando contrariar os que o acusam de ter ajudado o líder da Al-Qaeda a escapar às forças da coligação e de ter distribuído armas pelos que queriam resistir e apoiar o regime talibã. Os seus advogados afirmam que foi torturado, que é um mero actor secundário, mas não conseguiram impedir o julgamento deste combatente inimigo dos Estados Unidos.
Natural de Hadramout, no Iémen, Hamdan terá nascido na década de 70, tendo levado uma vida modesta trabalhando como motorista de táxi, disse à AFP Jonathan Mahler, o autor de um livro que conta a sua história e vai ser publicado em Agosto. Quando foi recrutado para a Jihad, que muitos traduzem por guerra santa, tinha 26 anos. Estava- -se no ano de 1996 e Hamdan, que não era particularmente religioso, decidiu juntar-se a um grupo de 35 muçulmanos e partir para o Tajiquistão. Ali os militantes islamitas combatiam, na altura, o Governo apoiado pela Rússia. Os combatentes viram-se, no entanto, retidos no Afeganistão, após seis meses de caminhada pelas montanhas. Foi então que travaram conhecimento com Ussama ben Laden. O líder da Al-Qaeda, cujo pai era natural do Iémen, gostava de se rodear de gente da sua terra. Hamdan, dizem os procuradores, começou por trabalhar para ele na quinta Hada, próxima da cidade de Jalalabad e, mais tarde, em Kandahar, no Sul do Afeganistão. Foi depois promovido a seu motorista e guarda-costas. "Em diversas ocasiões, entre 1996 e 2001, conduziu e acompanhou Ben Laden a campos de treino para terroristas [como o Al-Faruq] e a conferências de imprensa ou reuniões", lê-se no auto de acusação, segundo o qual o detido recebeu formação em armas e forneceu armamento a apoiantes da Al-Qaeda.
Após os atentados do 11 de Setembro, nos EUA, o iemenita conduziu Ben Laden num périplo por várias casas seguras enquanto as forças norte-americanas e aliadas tentavam localizá-lo. A separação, entre Hamdan e o líder da Al--Qaeda, deu-se em Outubro de 2001, quando ele levou a filha e a mulher grávida de Kandahar para a fronteira com o Paquistão. No caminho de regresso, foi parado por forças aliadas afegãs, que o entregaram aos EUA. Na altura transportava, alegadamente, dois mísseis terra-ar no carro em que seguia. Esteve seis meses nos campos de detenção norte- -americanos em Bagram e Kandahar.
O antigo motorista de Ben Laden chegou a Guantánamo em Maio de 2002. Inicialmente foi levado para o campo número quatro, o dos prisioneiros com farda branca, mas posteriormente foi transferido para o sistema de isolamento em vigor no campo cinco. Os seus advogados iniciaram, então, uma odisseia legal que colocou à prova a política de detenções da guerra ao terrorismo da Administração de George W. Bush. O Supremo Tribunal dos EUA invalidou os tribunais militares de excepção, em 2006, mas o Congresso, controlado pelos republicanos, autorizou o sistema. Os membros da Al-Qaeda não foram classificados como presos de guerra, por causa das Convenções de Genebra, mas como combatentes inimigos dos EUA.
Nas audiências preliminares, Hamdan expressou a sua frustração em relação ao tratamento recebido em Guantánamo e até mesmo em relação aos seus advogados. "Estar na solitária é como estar num cemitério. É como colocar uma pessoa morta num túmulo". No início do seu julgamento, o juiz militar, o capitão Allred, recusou as provas obtidas "sob coerção" na prisão de Bagram, depois de descobrir que o detido passava 24 horas com as mãos e os pés amarrados e, por vezes, de joelhos. As provas obtidas em Guantánamo, porém, foram aceites como válidas. |
ETA: membros do "comando Biscaia" estiveram em Portugal a preparar acções
Gaza: tensão Hamas-Fatah depois de atentado que vitimou cinco activistas e uma criança
Cinco activistas palestinianos do braço armado do Hamas e uma criança de quatro anos foram mortos ontem à noite num atentado atribuído a grupos palestinianos não identificados perto de uma praia, em Gaza, segundo o mais recente balanço de vítimas feito pelas equipas médicas do hospital Shifa. O Hamas já responsabilizou a Fatah, o movimento liderado por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana.
Um activista, Hassan el-Helu, que fazia parte de um grupo de 15 pessoas feridas, acabou por morrer durante a madrugada, acrescentaram as mesmas fontes.
Todos os activistas mortos faziam parte das Brigadas Izz din al-Qassan, o braço armado do Hamas, o movimento islamista que controla a Faixa de Gaza desde o Verão do ano passado. O engenho explodiu perto da viatura em que viajavam as vítimas, segundo testemunhas locais.
O Exército israelita negou qualquer envolvimento no ataque.
As Brigadas Izz din al-Qassan indicaram, por seu lado, que “diversos suspeitos” foram detidos na Faixa de Gaza, sem precisar o número exacto de pessoas. Entre as pessoas interpeladas figura um operador de câmara da cadeia de televisão alemã ARD, Sawah Abu Safe, indicaram responsáveis palestinianos.
As brigadas acusaram “grupos que fugiram da Faixa de Gaza com o inimigo” de estarem na origem de uma campanha de atentados, numa referência aos elementos da Fatah, que abandonaram o território no Verão passado, depois de este ter sido tomado pelas forças do Hamas.
Um dirigente do Hamas, Hallil al-Aya, bem como as Brigadas Izz din al-Qassan, acusaram “grupos (palestinianos) que colaboram com o inimigo (Israel)” de estarem na origem da explosão. “São grupos que atentam contra a segurança do povo palestiniano e, dessa maneira, ajudam o inimigo”, afirmou à AFP Hallil al-Aya, apelando aos responsáveis do Hamas e aos combatentes que aumentem a “vigilância e a prudência”.
Mas o movimento foi ainda mais longe, num comunicado divulgado poucas horas depois do atentado, e acusou a Fatah de Mahmoud Abbas de estar por detrás do ataque. "Este acto criminoso prova que o apelo ao diálogo lançado a partir de Ramallah - o quartel-general de Abbas - constitui uma mentira destinada a lançar pó para os olhos e a dissumular uma conspiração tendo por objectivo matar e aterrorizar as nossas forças de segurança", indicou o Hamas em comunicado.
Irão possui entre 5000 e 6000 centrifugadoras de enriquecimento de urânio
O Presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad declarou hoje que o Irão possui 5000 a 6000 centrifugadoras destinadas às actividades de enriquecimento de urânio, confirmando que a república islâmica estendeu o seu contestado programa nuclear, anunciou hoje a rádio estatal.
“Hoje, eles (os ocidentais) aceitaram que o número de 5000 a 6000 centrifugadoras existentes não aumente e que não é um problema essas centrifugadoras funcionarem”, declarou Ahmadinejad num discurso a partir de Machhad.
No início de Abril, o Irão afirmou ter aberto 492 novas centrifugadoras, para além das 3000 já previamente instaladas no país.
Nessa altura, o Presidente Ahmadinejad tinha declarado que o Irão iria proceder à instalação de 6000 novas centrifugadoras na central de enriquecimento de urânio de Natanz (centro do país).
As negociações entre o Irão e os representantes do grupo 5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido e Alemanha) - que insistem no fim do programa nuclear iraniano - tem sido feito de avanços e recuos. Ainda no fim-de-semana passado, após um encontro em Genebra entre o representante da diplomacia europeia, Javier Solana, e o responsável iraniano pelo dossier nuclear, Manuchehr Mottaki, o Presidente iraniano indicou ter sido dado um "um passo em frente" nas negociações, que até contaram com a presença, pela primeira vez, de um alto responsável dos Estados Unidos, o secretário de Estado adjunto William Burns.
Índia: 29 mortos em explosões sequenciadas no estado de Gujarat
“A contagem local [de corpos] de que dispomos dá conta de 29 mortos e mais de cem pessoas foram transferidas” para os hospitais da cidade, afirmou um responsável da polícia local, citado pela AFP.
O chefe da administração do estado de Gujarat, de que Ahmedabad é o principal pólo económico, refere que a cidade foi abalada por 16 explosões, registadas no espaço de meia hora, incluindo uma junto a um mercado de diamantes e outra a bordo de um autocarro.
“O autocarro tinha começado a andar quando ocorreu a explosão”, afirmou uma testemunha, citada pela Reuters, adiantando que a detonação provocou um incêndio no veículo e que vários dos passageiros perderam a vida.
Ahmedabad é a principal metrópole de Gujarat, uma região de difícil convivência entre as comunidades muçulmana e hindu, palco em 2002 de violentos motins que resultaram na morte de 2500 pessoas. Os atentados de hoje ocorreram na parte histórica da cidade, uma zona dominada pela minoria muçulmana, o que poderá indiciar que os atentados tiveram cariz sectário.
Este ataque ocorreu cerca de 24 horas de uma outra sequência de explosões, na cidade de Bagalore, o principal pólo tecnológico da Índia. Os ataques coordenados provocaram um morto e sete feridos.
Um responsável do ministério do Interior disse estar “chocado” com a repetição destes incidentes, ocorridos “apesar das medidas de segurança que foram adoptadas depois do sucedido em Bangalore”. “Creio que houve falta de coordenação entre os serviços de informação [federais] e os responsáveis da polícia local”, afirmou Shakeel Ahmed, em declarações aos jornalistas.
quinta-feira, 24 de julho de 2008
Vice-ministro dos Recursos Minerais alvo de tentativa de sequestro
Um grupo de três indivíduos armados, ora a monte, tentaram sequestrar, na noite de Terça-feira última, o vice-ministro dos Recursos Minerais Abdul Razak, na sua residência sita na Polana. Segundo o que apuramos o facto eeu-se cerca das 19:00 horas quando um grupo composto por três indivíduos seguiu o Abdul Razak até ao seu prédio sem que este, se apercebesse. As fontes por nós contactadas apontam que os meliantes faziam se transportar numa vaitura ligeira que seguia a vitima, no entanto sem que esta, se apercebesse do que se tratava. Abdul Razak escapou porque usou o elevador da cave onde funciona a garragem, enquando os sequestradores faziam de refém os dois guardas do prédio esperando a vitima parquesasse a sua viatura e posteriormente apanhasse o elevador da frente como era habitual.
Petróleo da Guiné Equatorial traz Presidente Obiang a Lisboa
É um regime totalitário que viola os direitos humanos. Mas todos querem o petróleo da Guiné Equatorial. A Guiné Equatorial, pequeno país da África Central de pouco mais de meio milhão de habitantes, será um observador especial na cimeira da CPLP, que começou ontem em Lisboa. O país dominado por Teodoro Obiang Nguema e pelo seu círculo próximo revelou ser, nos últimos anos, um ponto comum na rota dos interesses portugueses, brasileiros e angolanos. A expectativa das petrolíferas norte-americanas nas reservas de petróleo e gás natural da Guiné Equatorial é tão grande que a tratam por "Kuwait de África". Foi também o petróleo que motivou há alguns meses a visita de uma delegação portuguesa a Malabo, com a ajuda da Líbia, aliada histórica de Obiang. Enquanto com os "vizinhos" angolanos se estabeleceram laços de cooperação no domínio da energia (petróleo e electricidade) e dos transportes, com o Brasil a relação passa, para já, pela exploração de um bloco promissor em offshore. A aproximação a Angola foi formalizada já em 2003, à data com um acordo de cooperação bilateral para o petróleo, electricidade e transportes. Por essa altura, os dois países tinham também uma sociedade conjunta de transporte aéreo, a Sonagesa, tendo como vice-presidente um dos filhos de Obiang, também secretário de Estado para os Hidrocarbonetos.
Em 2006, a brasileira Petrobras ganhou 50 por cento da participação no contrato de partilha do bloco L, na bacia do rio Muni. Para a petrolífera brasileira, o montante de 17 milhões de dólares de investimento necessário até pode ser "considerado baixo" face à perspectiva de um prémio que "pode ser a localização de reservas de 450 milhões de barris de petróleo".
Quanto a Portugal, o Governo começou por negociar com o líder líbio Muammar Kadhafi a entrada da Galp Energia (da qual a Sonangol é grande accionista) na Guiné Equatorial. Em Dezembro passado, o entendimento resultou em tornar a Galp parceira do fundo soberano da Líbia (LAP), para explorar e produzir petróleo e gás natural não só naquele país, mas nas regiões vizinhas, nomeadamente na Guiné Equatorial. Em Fevereiro último, o presidente da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, e o administrador Fernando Gomes deslocaram-se à capital equato-guineense para estudar oportunidades de negócio, que podem passar também pela distribuição de combustíveis.
Produção quintuplicou
Num percurso recente e discreto, depois de ter percebido no início da década de 1990 que tinha reservas de petróleo importantes, a antiga colónia espanhola já é o terceiro maior produtor de hidrocarbonetos da África subsariana, com uma produção diária de 363 mil barris em 2007, segundo o relatório anual da BP, cinco vezes mais do que há uma década. As suas reservas provadas de petróleo não ultrapassam ainda os 0,1 por cento do total mundial, mas os especialistas consideram que é só por falta de estudos geológicos, os quais, a serem feitos, poderão elevar esse montante para 10 por cento, dado o seu rico e extenso offshore no Golfo da Guiné. O potencial de crescimento tem motivado a "reconquista" da Guiné Equatorial pelos interesses petrolíferos, com os Estados Unidos a liderar o negócio - o maior investidor anunciou, no início do ano, sete mil milhões de dólares em novos investimentos - e os chineses a ganharem quota. A grande fonte de riqueza do país é também a sua grande fonte de controvérsia. Obiang tem em curso um programa de abertura económica mantendo um regime totalitário, sentado em elevadas taxas de crescimento: a economia cresceu à média anual de 15,8 por cento entre 2002 e 2006 e desacelerou para seis por cento em 2007. Por um lado, a economia cresce suportada pelas exportações de petróleo e mais recentemente de gás natural, representando no seu conjunto mais de 90 por cento das exportações do país. Por outro, o país padece de um clima de corrupção, envolvendo o Presidente e a sua família, e que atingiu diversas petrolíferas dos EUA. O banco Riggs, por exemplo, era usado para depósito de "centenas de milhões de dólares" numa conta controlada pelo próprio Obiang. À data, a maioria da população da Guiné Equatorial vivia com menos de um dólar por dia. 363 mil é o número de barris de petróleo que a Guiné Equatorial produz por dia, cinco vezes mais do que há uma década atrás
Novo Parque de Estacionamento no Mercado Central de Maputo gera barulho na Assembleia Municipal
Em causa está a concessão do contrato à empresa «INTERMESCH», ora constituída em Abril de 2008, tempo fora do decurso do concurso público.
Oposição insta Tribunal a declarar nula a Comissão Eleitoral
Swazilândia
Um total de 11 organizações da sociedade civil, incluindo partidos da oposição, apelaram a um tribunal para que considerasse a Comissão Eleitoral da Swazilândia como nula e sem efeito, alegando que ela não tem competência para supervisionar as próximas eleições legislativas. Numa acção judicial apresentada perante três juízes do tribunal de primeira instância de Mbabane, as referidas organizações consideram que a Comissão Eleitoral não tem capacidade para organizar eleições livres e justas pois não representa a sociedade swazi no seu todo. A acção judicial prende-se com o facto das próximas eleições, previstas para terem lugar em Setembro do corrente ano, constituírem uma mera formalidade, em que os candidatos serão eleitos, a título individual, no âmbito do sistema tradicional conhecido por Tinkhundla. Nenhum candidato poderá fazer campanha em nome de formações políticas.
Para todos os efeitos, na Swazilândia os partidos não possuem personalidade jurídica, tendo sido banidos em 1973. A nova Constituição do Reino da Swazilândia é omissa quanto a existência de partidos políticos no país, estipulando apenas a “liberdade de associação”.
Os partidos da oposição, integrados na Frente Unida da Swazilândia, já haviam anunciado a sua decisão de boicotar as eleições de Setembro próximo, alegando que as mesmas careciam de “legitimidade”. A decisão do tribunal será anunciada nos próximos dias.
Crise política instalada na Renamo
domingo, 20 de julho de 2008
Rankings mundiais colocam Moçambique em posição desgostosa
Revisitando os rankings universais que classificam os Estados do mundo que mais "contam" em diversos domínios sócio-políticos, pode-se ver Moçambique a ocupar sempre posições de cauda, facto este que nada dignifica Moçambique, para além de evidenciar claramente que a vida de luxo de que desfrutam certas personalidades no país, é muito restrita quando vista num contexto mais alargado onde sobressaem as mazelas. A piorar a situação, o ano transacto, 2007, foi de descidas, em quase todos domínios da vida social, económica e política de uma nação, Moçambique, registou recuos.
Aqui trazemos dados de algumas áreas relevantes da vida do país, de organismos internacionais que classificam praticamente todos os países do mundo, de acordo com um conjunto comum de critérios. A seguir a análise, sector por sector.
Liberdade de Imprensa
No domínio da comunicação social, o país registou um recuo de 26 lugares, no ano de 2007.
Em termos de Liberdade de Imprensa, segundo o relatório anual da organização internacional «Repórteres Sem Fronteiras», sedeada na capital francesa, Paris, Moçambique desceu 26 lugares no «ranking» mundial. Ocupa agora o 73º lugar contra o 47º que ocupava no período anterior.
Este recuo na Liberdade de Imprensa representa um perigo para a jovem democracia que Moçambique está a seguir. O porta-voz do Governo moçambicano, Luís Covane, comentou este desaire e disse que "o governo reconhece a descida e promete melhorar".
A classificação da RSF engloba um total de 179 países dos cinco continentes.
Índice de Desenvolvimento Humano
Na lista dos países do mundo avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelas Nações Unidas, Moçambique ocupa a 172ª, a escassos cinco posições do último lugar ocupado por Serra Leoa. Esta posição é fruto de uma caída de quatro degraus em comparação com o ano 2006, onde o país ocupava o 168º lugar do Ranking mundial.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e outros factores. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente o bem-estar infantil. Foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nos seus relatórios anuais.
Produto Interno Bruto
O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique caiu sete (7) posições, de 2006 para 2007. No ano de 2006 Moçambique ocupava a 114ª posição de um total de 179 países classificados pelo Banco Mundial. Já em 2007 o País encontrava-se na 121ª posição, numa classificação de 180 países, desta vez ordenada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). É mais um recuo registado na vida deste "belo Moçambique", como o presidente da República, Armando Guebuza, tem carinhosamente tratado a nação que ao mais alto nível dirige. E esta desgraça pesa ao "maravilhoso povo moçambicano", como a mesma figura trata o povo por si governado.
O Produto Interno Bruto (PIB) designa o valor total de bens e serviços produzidos por uma nação em um dado ano.
Mortalidade Infantil
A fechar este artigo, que tem por finalidade chamar à consciência qualquer moçambicano atento, trazemos ao leitor os dados referentes à mortalidade infantil. Neste domínio que em nada dignifica qualquer nação que seja, o nosso País encontra-se na liderança da lista dos países onde as crianças nascidas em parto normal mais morrem sem completar o seu primeiro ano de vida.
Atrás de Angola -182.31º/∞ (por mil), Serra Leoa-156.48 º/∞, Afeganistão – 154.67 º/∞, Libéria-143 º/∞, Níger – 115.45 º/∞ e Somália, 110.97 º/∞, Moçambique ocupava até Janeiro do presente ano, a destacável sétima posição da lista dos países onde as crianças mais morrem, com um total de 107.84 crianças a morrer sem completar o primeiro ano, em cada mil nascimentos.
Estas dados chamam à reflexão qualquer moçambicano que não deixe de questionar se realmente o País está a desenvolver-se como certos políticos têm vindo a propalar. Perante a cegueira da maioria da população, tudo indica que estamos a caminhar para uma situação crítica e não para melhor. Todos os rankings nos mostram que entrámos em queda. Despertar recomenda-se, pois a situação está a tornar-se incontornável apesar de todos os dias nos virem aguçar a “auto-estima” com o discurso do combate à pobreza absoluta, um desejo pelos vistos, adiado.
Mbeki apoia Mugabe para impedir Zuma de chegar ao poder em Pretória
De acordo com aquele jornal português, o apoio a Thabo Mbeki nas fileiras do ANC (aparelho e bases) está nitidamente a crescer e uma das causas identificadas do fenómeno é o seu alinhamento com Robert Mugabe – figura admirada em certos meios da elite política sul-africana e da população por razões como a sua capacidade para “fazer frente” à Grã-Bretanha e Estados Unidos da América.
O crescimento do apoio interno ao presidente sul-africano Thabo Mbeki, é proporcional a um aparente isolamento de Jacob Zuma, presidente do ANC e um crítico acérrimo de Robert Mugabe. Supostamente por isso Zuma está a começar a sofrer consequências, considera o África Monitor.
Thabo Mbeki aspira a retomar a liderança do ANC num congresso extraordinário a convocar no seguimento de um provável revés de Jacob Zuma em tribunal conquanto venha a ser julgado, como se prevê, ainda este ano.
A lei impede o actual chefe de Estado sul-africano, Thabo Mbeki de se voltar a candidatar à Presidência da República, mas a intenção que o move de regressar à liderança do ANC, perdida no último congresso para Jacob Zuma, é a de promover a candidatura de Kgalema Mothlante como seu substituto na Presidência da República. Nas circunstâncias actuais seria o próprio Jacob Zuma a apresentar-se como candidato do ANC na sua condicção de actual líder do partido que tem maioria e governa a África do Sul.
O apoio de Thabo Mbeki a Robert Mugabe, na análise de Xavier de Figueiredo, também é internamente justificado pela conveniência de não deixar este à mercê de Angola e das suas influências.
Os conselheiros de Mbeki também consideram que na actual conjuntura, marcada por disputas com Jacob Zuma, o apoio a Robert Mugabe não o afecta especialmente no plano internacional.
Os grandes parceiros da África do Sul agem condicionados por lógicas como a de que criticar Mbeki é dar trunfos a Zuma nas lutas entre ambos. Recentemente a Alemanha mandou encerrar investigações sobre um caso corrupção detectado compra de equipamento naval pois o desenvolvimento das investigações, de acordo com conjecturas pertinentes, poderia comprometer Thabo Mbeki.
Desmobilizados da Casa Militar não largam Guebuza
De acordo com dados em poder do «Canal de Moçambique», o grupo aguarda desde 2007 a esta parte ser recebido em audiência pelo actual chefe do Estado, Armando Guebuza, facto que ainda não aconteceu. O Canal de Moçambique contactou a Presidência da Republica para apurar o ponto da situação do assunto ao que foi dito que o caso "está entregue" ao chefe da Casa Militar, General Jorge Guni que por seu turno ainda não trouxe nenhuma solução fora as sucessivas reuniões que vem mantendo com grupo.
Declarações do General Guni
A Presidência da República recomendou ao «Cnal de Moçambique» que contactasse o general Guni para melhores esclarecimentos sobre a matéria, todavia este nada esclareceu e por seu turno, à semelhança da Presidência, sacudiu o capote, apontando o dedo para o ministro da Defesa.
Segundo o chefe da Casa Militar "o grupo de desmobilizados está sob alçada do Ministério da Defesa Nacional por isso que não poderei pronunciar-me sobre o assunto".
"Nós não recrutamos e nem desmobilizamos pessoas".
"Existe uma instituição específica no Ministério da Defesa Nacional que lida com questões de desmobilizados e certamente pode pronunciar algo sobre este grupo e não a Casa Militar".
Segundo ele "o grupo de desmobilizados serviu a Casa Militar em comissão de serviço". Também realçou que o mesmo é proviniente das Forças de Armadas de Defesa de Moçambique, (FADM).
Por outro lado Jorge Guni repisa ainda que o problema que está afectar de momento o grupo de desmobilizados em causa "é conjuntural e por isso que só o ministro da Defesa Nacional poderá dar resposta".
quinta-feira, 17 de julho de 2008
EUA planeiam abrir representação diplomática no Irão pela primeira vez desde 1979
Os Estados Unidos planeiam estabelecer uma representação diplomática em Teerão pela primeira vez em 30 anos. A acontecer, este será um volte-face assinalável na política diplomática de George W. Bush no que toca a Teerão.
A notícia é hoje avançada pelo “The Guardian”, que sabe que este anúncio do estabelecimento de uma secção de interesses em Teerão será feito no próximo mês. Esta secção seria uma espécie de “primeiro passo” no caminho da implantação de uma embaixada.
Esta mudança de atitude em relação ao Irão acontece numa altura particularmente tensa entre os dois países, depois de o Presidente Mahmoud Ahmadinejad ter levado a cabo testes com mísseis de longo alcance, que colocaram Israel – um tradicional aliados norte-americano – à beira de uma crise de nervos.
Apesar disso, já ontem se podiam sentir alguns “ventos de mudança”, depois de ter sido anunciado que um responsável do departamento de Estado norte-americano, William Burns, seria enviado para a Suíça, para o encontro que decorre amanhã entre o chefe da diplomacia europeia, Javier Solana, e o negociador iraniano responsável pelo “dossier” nuclear.
Burns vai sentar-se à mesa das negociações, apesar de Bush ter, até ontem, dito sempre que afastava negociações directas com o Irão enquanto o país não suspendesse o seu programa de enriquecimento de urânio.
O regresso de diplomatas ao Irão está dependente do acordo de Teerão, mas o Presidente Ahmadinejad já indicou, no início desta semana, não estar contra a abertura de uma missão norte-americana no país. O Irão consideraria favorável qualquer pedido que tenha como objectivo melhorar as relações entre os dois países, disse. Além do mais, Teerão não teria face para negar o estabelecimento de uma representação de interesses, uma vez que o Irão tem embaixada em Washington.
Presentemente, os interesses norte-americanos no Irão estão oficialmente sob a alçada da Suíça, mas o que se passa na prática é que existe uma pequena equipa de americanos a trabalhar independentemente a partir da embaixada suíça em Teerão.
A criação de uma secção de interesses significaria o regresso de diplomatas americanos a Teerão pela primeira vez desde a crise dos reféns que começou com centenas de estudantes – no quadro na revolução iraniana de 1979 que levou ao derrube da monarquia – a entrarem de rompante na embaixada americana, no ano da revolução, tendo apenas libertado os reféns em 1981.
Israel chora soldados...Hezbollah canta vitória
Médio Oriente. Israel chorou ontem o regresso, em caixões, dos soldados raptados pelo Hezbollah há dois anos, Ehud Goldwasser e Eldad Regev, cujo sequestro desencadeou uma guerra no Líbano. Os apoiantes do movimento xiita, por seu lado, festejaram o regresso dos presos libertados em troca
Israelitas foram raptados a 12 de Julho de 2006
Era o dia que mais esperavam. Mas também aquele que mais temiam. Quando ontem viram os dois caixões pretos passarem a fronteira de Rosh Hanikra, entre Israel e o Líbano, as famílias de Ehud Goldwasser e Eldad Regev confirmaram enfim que os soldados israelitas sequestrados pelo Hezbollah há dois anos estavam realmente mortos. Apesar de o primeiro-ministro já ter apontado a hipótese, o movimento radical xiita libanês nunca a confirmou e, por isso, ainda havia uma réstia de esperança.
"Foi uma coisa horrível de ver. Fizemos o possível para trazê-los, mesmo que fosse neste estado. Ao longo deste tempo tínhamos esperança de que voltassem com vida. Na noite passada ainda esperei um milagre. É--me difícil expressar o que vi", explicou o pai de Eldad, Zvi Regev, que foi citado pelos media israelitas.
"Queremos lembrar o nosso filho como era e não como um cadáver", declarou à rádio israelita o pai de Ehud, Shlomo Goldwasser, explicando que nem ele nem a mulher, Miki, queriam olhar para dentro do caixão onde estava o soldado.
Goldwasser e Regev foram trocados pelos restos mortais de mais de duas centenas de combatentes libaneses e palestinianos e por cinco detidos, entre os quais Samir Kuntar, condenado a 542 anos de prisão. A troca foi feita através da Cruz Vermelha após uma mediação alemã. A captura dos dois reservistas pelo movimento de Hassan Nasrallah desencadeou uma ofensiva militar israelita, que viria a durar 34 dias, fazendo 1200 mortos do lado libanês e 160 do lado israelita.
O Hezbollah não saiu derrotado e a guerra acabou apenas quando a ONU criou uma zona tampão que impedisse ataques vindos do Líbano. Agora o Hezbollah volta a sair reforçado de uma troca que para muitos israelitas é desproporcionada. Enquanto em Israel o ambiente era ontem de pesar, com as televisões a passarem filmes sobre a infância dos dois soldados, no Líbano houve fortes festejos. Vencedores e vencidos à parte, o mito que esta troca confirma é que Israel não abandona os seus homens, nem mesmo depois de mortos. E o Hezbollah também não.
Estudantes universitários envolvidos em raptos e outros crime
Nicoline Matos, cunhada do empresário António Almeida Matos, viria a ser libertada pelos seus raptores no dia seguinte.
Segundo Pedro Cossa está crescer o número de estudantes universitários que nos últimos tempos se vem envolvendo em crimes para alegadamente fazerem dinheiro que lhes permita fazerem face a despesas com que têm de se confrontar.
“Por falta de dinheiro para custear certas despesas os estudantes universitários têm enveredado por caminhos duvidosos e ligados ao crime”, disse Pedro Cossa.
O porta-voz do Comando-Geral da PRM afirmou ainda que as autoridades policiais assim que descobrem estes casos instauram processos de forma a que os mesmos sejam chamados a responder em juízo, bem como a arcar com as despesas inerentes aos danos causados.
Pedro Cossa, voltando a falar do rapto de uma cidadã de origem holandesa disse que ela foi libertada “a custo zero”, isto é, sem pagamento de qualquer resgate.
A tal cidadão reside em Moçambique há muitos anos e é casada com um moçambicano. Foi raptada na Marginal de Maputo, ao fim da tarde de quarta-feira da semana passada, quando caminhava na companhia do marido e de uma terceira pessoa. Viria a ser libertada no dia seguinte, “a custo zero” na “EN4 – Estrada Nacional Maputo-Witbank», segundo Pedro Cossa, porta-voz do Comando Geral da PRM.
Entretanto o porta-voz do Comando da Cidade de Maputo da Polícia da República de Moçambique (PRM), Arnaldo Chefo, contrariaria as declarações de Pedro Cossa, do Comando-Geral da corporação, ao afirmar que a mesma foi liberta “por troca de dinheiro”.
“Os indivíduos que raptaram a holandesa abandonaram-na na «EN4-Estrada Nacional Maputo-Witbank» depois de receberem o dinheiro que exigiam”, afirmou Arnaldo Chefo.
O porta-voz do Comando da Cidade, disse que os raptores não receberam na totalidade o dinheiro que exigiam.
Não foram revelados números, mas andam a ser veiculadas, por fontes diferentes, valores diferentes, referentes ao resgate pago pela libertação da cidadã raptada. Nenhuma fonte confirma o valor realmente pago.
Sabe-se, no entanto, que o pagamento foi feito numa artéria da capital e a restituição da raptada à liberdade deu-se próximo da portagem da Moamba, na Estrada Nacional N4, que liga Maputo a Ressano Garcia.
Já em Chimoio, a semana passada, a Polícia diz ter apreendido, numa barraca que servia de esconderijo, 495 munições do tipo PPX, em bom estado de conservação e em condições de serem usadas.
Pedro Cossa que revelou tal informação à Imprensa disse que as referidas munições se encontram sob custódia policial numa das esquadras da província e que no seu devido momento terão o melhor tratamento.
Líderes africanos devem falar das injustiças como a do Zimbabwe
O homenageado Nelson Mandela, apelou na mesma sessão “por uma maior solidariedade para por fim a conflitos que tem semeado ódio e divisão no mundo”.
No seu discurso de apresentação que posteriormente foi precedido pela presidente Liberiana Ellen Johnson disse haver necessidade de preocupação com o centro de valores humanos “Há muito ódio, divisionismo, conflito e violência no globo desde o começo do século 21”.
Mandela, Prémio Nobel da Paz, congratulou Sirleaf por ser “um exemplo emergente para a África devido o seu esforço pela manutenção da paz em Africa”.
Antes da sessão de sapiência, um grupo de 200 residentes de KlipTown, próximo ao Hotel Soweto, centro do evento, fez chegar uma carta de protesto à Fundação Nelson Mandela afirmando que os seus propósitos de melhores condições de vida não foram atingidos.
Ellen Johnson Sirleaf , a primeira mulher Africana eleita a presidência em 2006 disse que “África esta próxima a atingir os seus objectivos económicos e políticos” contudo, ressalvou “muito ainda há por fazer”.
“A renascença africana está nas nossas mãos, e a nova África vislumbra-se aos nossos olhos”.
A vice-presidente sul africana, Phumzile Mlambo Ngcuka, falando à margem do evento disse que “a Libéria é um país a ter em conta em termos de investimento”. Ngcuka, referiu que aquele país contém uma reserva mineral considerável assim como um potencial turístico visível.
Em 2007 a África dos Sul exportou para aquele país um total de 9,85 milhões de dólares e importou 2,98 milhões de dólares.
Venezuela, Ucrânia e Croácia querem ser da CPLP
Português pode ser língua oficial na Guiné Equatorial
O Senegal vai tornar-se este mês o terceiro país adquirir o estatuto de observador associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas a lista de espera é longa e inclui nações de geografias tão improváveis como o Leste europeu.
Ucrânia, Croácia e Venezuela já fizeram chegar o seu interesse ao 32 da Rua de São Caetano, à Lapa, em Lisboa , onde a CPLP está instalada num palacete novecentista cedido pelo Governo português.
Constituída há 12 anos, com sete países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe), a CPLP alargou-se a oito, em 2002, com a adesão de Timor-Leste.
Em 2006, na Cimeira de Bissau, a comunidade aceitou os seus dois primeiros países associados: Maurício e Guiné Equatorial.
Maurício (país do Índico usualmente designado como Maurícias) é habitado por duas comunidades, uma de origem indiana e outra africana, originária de Moçambique, daí o interesse em participar na CPLP, com o actual estatuto de associado.
A Guiné Equatorial não descarta a hipótese de passar a ser o 9.º membro efectivo, depois de acrescentar o português às suas duas línguas oficiais; castelhano e francês.
Antiga colónia portuguesa, foi objecto, no século XVII, de um negócio com a Espanha, que. em privado, o Presidente da Guiné Equatorial faz questão de lamentar. Em troca, Portugal recebeu da Coroa espanhola um território na América do Sul que foi integrado no Brasil.
Na Cimeira de Lisboa, que terá lugar no Centro Cultural de Belém, nos próximos dias 25 e 26, será a vez da formalização da adesão do Senegal.
Mas na próxima cimeira de chefes de Estado, a realizar em Luanda em 2010, já deverá ser necessário pôr mais lugares à mesa.
"Temos sido abordados por diversos países que exprimiram informalmente o seu interesse em aproximarem-se e solicitar o estatuto de associados", reconheceu o embaixador Luís Fonseca, o diplomata de Cabo Verde que é secretário executivo da CPLP desde há quatro anos.
O embaixador escusou-se a nomear os país interessados, que são essencialmente de duas origens geográficas: Leste da Europa e América do Sul.
No continente sul-americano, a CPLP é atraente aos olhos de todos os países que fazem fronteira com o Brasil: Argentina, Bolívia, Colômbia, Guiana Francesa, Guyana, Paraguai, Suriname, Peru, Uruguai e Venezuela, em particular deste último onde existe uma forte comunidade portuguesa e o presidente Chávez se encontra em rota de colisão com o Governo de Madrid.
Ucrânia e Roménia são dois candidatos óbvios, devido aos laços que estreitaram com Portugal através de fluxos migratórios. Menos óbvio é o interesse croata.
O forte crescimento do Brasil e Angola ajuda a perceber esta explosão de interesse que a CPLP está a despertar em diversos cantos do Mundo.
Com o preço do barril do brent a roçar os 150 dólares, há muita gente a querer ser amiga de uma comunidade em que metade dos seus membros têm petróleo (Brasil, Angola, Timor e São Tomé).
quinta-feira, 10 de julho de 2008
Para breve negociações destinadas a solucionar crise política
Procura-se quadro legal para energias renováveis
terça-feira, 8 de julho de 2008
Cidadãos não confiam na DIC e está instalado o caos
Cidadãos dizem que não acreditam na DIC
Alguns cidadãos ouvidos pelos mesmo à porta da DIC em Maputo, estavam ali à procura dos serviços daquela instituição. Opinaram que “o que leva as pessoas a não levantar os seus documentos é que já não crêem mais na seriedade da DIC”. “Preferem ficar com os recibos, ao invés de ir sempre a DIC para ouvir que o seu BI ainda não saiu”, disse-nos Albertina Banze que diz estar a espera do BI há mais de 18 meses. Albino Sengo é um outro cidadão que diz estar à espera de BI “há muito tempo”. “Não falta muito que eu também vou parar de me deslocar aqui para ver se saiu o meu BI, que nunca sai”, disse aborrecido. Em jeito de desabafo e de gozo, outro cidadão de nome Manuel Langa, disse que “daqui vou pedir a emissão de cartão de membro da Frelimo, que passará ser a minha identidade”. “Tenho a certeza de que terei o cartão dentro de duas semanas”, comenta em tom irritado e ri-se.
Hélder dos Santos recusa-se a falar do assunto
Contactado para explicar o que se passa no processo de emissão dos Bilhetes de Identidade que está a ser muito lento, criando enormes constrangimento aos cidadãos, o Director Nacional de Identificação Civil, Hélder dos Santos, preferiu não se pronunciar. “Não tenho nada a dizer, não posso comentar nada”, disse em contacto telefónico. Hélder dos Santos negou também falar do novo BI que foi aprovado pela 8ª sessão de Conselho de Ministros, a 01 de Abril do corrente ano. “Sobre o novo BI… também não tenho nada a dizer, nem quando é que começará a sua emissão, nem nada. Me desculpe, mas não sou a pessoa indicada”, disse o Director Nacional de Identificação Cívil, Hélder dos Santos. Perante a insistência do autor deste artigo, o Director da DIC acabou dizendo: "procure falar com dr. Ilídio Miguel, talvez ele lhe diga algo. Ele é que o porta-voz do Ministério do Interior”.