sexta-feira, 1 de agosto de 2008

`Caso Siba-Siba´ - processo sem pernas para andar

António Jorge Frangouli ex director da PIC da cidade de Maputo disse duvidar da possibilidade de o caso Siba Siba vir a ser exclarecido devido as obstruções verificadas desde o início do caso.Diz não ser razoavel o facto de se estar a procura de autores morais, no lugar de se começar pelos autores materiais ou executores do acto. Para este, não houve vontade política para que a verdade viesse ao de cima. 
Frangouli recorda que logo depois do assassinato de Siba Siba Macuacua houve quem se apressasse em fazer passar a ideia de se ter tratado de um suicídio o que foi logo desmentido pelas evidências.
Almerino Manhenje, ministro do interior na altura referiu que a polícia sul africana faria a recolha das impressões dautoscópicas de que fazem parte as impressões digitais, mas estes só chegaram a Maputo 10 horas depois e sem material para trabalhar tendo deixado o traballho para o dia seguinte.
Segundo Frangouli há ainda outros factos que não foram imediatamente tomados em conta dentre os quais o não isolamento do local do crime. este afirma que quando chegou ao local o comandante da polícia já havia retirado a agenda do malogrado do seu escritório. Tudo foi feito, menos isolar o local do crime.
Para Frangouli o caso esta sem pernas para andar, o facto de todos estarem a ser ouvidos como declarantes vem realçar esta ideia. Na opinião de Frangules, é um erro crasso partir-se para a investigação de um caso criminal com preconceitos pois tal afunila todo trabalho. 
Para este, o caso Siba Siba só pode encontrar explicação no seio dos devedores do banco mas, não quer isso dizer que esse tenha sido o motivo para o seu assassinato. Este refere três aspectos que possam ter culminado com a morte de Siba Siba, a fúria de alguns devedores do Banco Autral, questões relativas a supervisão bancária do Banco Central e aspectos de indole social. 
Frangouli relata que para este caso destacou dois investigadores para trabalharem exclusivamente no caso e dada a sufisticação do crime estes solicitaram através de um requerimento um montante no valor de um milhão de meticais( um bilião na antiga familia), matérial para poder traballhar na investigação mas nenhum desses pedidos foi atendido. O que aconteceu foi ver este requerimento publicado no jornal SAVANA dai concluir que se tenha tratado deste caso como um qualquer. 
Em Março de 2002 Joaquim Madeira na altura PGR disse num discurso na AR que em condições normais o caso Siba Siba já deveria ter terminado mas dado as exigências feitas pelos investigadores o caso teve de parar. 
Nos últimos três a cinco anos o caso anda adormecido sendo posto em andamento quase sempre a menos de um mês da passagem de mais um 11 de Agosto data em que o economista foi assassinado e este ano não fugiu a regra o que sugere que pode ser uma estratégia de news management com objectivo de entreter sectores desatentos da opinião pública.

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