quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Morreu Levy Mwanawasa


Morreu ontem, em Paris, o Chefe de Estado da Zâmbia. Levy Mwanawasa encontrava-se hospitalizado desde Julho num hospital da capital francesa na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC), anunciou em Lusaka, a capital, o vice-presidente, Rupiah Banda. Na sequência da morte do Presidente Mwanawasa, as autoridades zambianas decretaram sete dias de luto nacional. Na sequência do acontecimento, o Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, enviou uma mensagem ao vice-presidente da Zâmbia, na qual afirma que foi com choque e incredulidade que tomou conhecimento do falecimento de Levy Mwanawasa, acrescentando que o seu desaparecimento não é só uma perda irreparável para a nação zambiana e sua família, mas também para Moçambique e a SADC, que presidiu até domingo passado. Guebuza diz que seguindo os passos dos seus predecessores, Mwanawasa deu uma enorme contribuição no fortaleimentos das relações bilaterais entre os dois países e endereça condolências ao Governo e nação zambiana, bem como à família Mwanawasa. Na véspera da morte de Mwanawasa, o Governo zambiano havia anunciado uma grave deterioração do estado de saúde do presidente, que precisou de uma intervenção cirúrgica de emergência. O estado de saúde de Mwanawasa tinha vindo a melhorar até domingo, altura em que se deteriorou bruscamente, obrigando a uma intervenção urgente. A intervenção ocorreu na segunda-feira de manhã, não tendo o estadista zambiano resistido. Mwanawasa, 59 anos, sofreu um derrame – o segundo em dois anos – durante a cimeira da União Africana (UA) no Egipto e foi levado para a França depois de receber os primeiros tratamentos no Cairo. Levy Mwanawasa, nascido a 3 de Setembro de 1948, formou-se em Direito e exerceu advocacia, destacando-se em processos contra a violação de direitos humanos e a corrupção. Em 1991 foi nomeado vice-presidente pelo presidente Frederick Chiluba, mas demitiu-se do cargo três anos depois, em protesto pela falta de empenho estatal no combate à corrupção e ao tráfico de droga. Em 2001 foi eleito líder do seu partido, o Movimento para a Democracia Multipartidária (MMD) e, meses depois, presidente do país. Reeleito em 2006, foi elogiado pelo Ocidente pela sua gestão das finanças públicas, baixa da inflação e capacidade de atracção de investimento estrangeiro. Mwanawasa foi um dos primeiros líderes africanos a criticar o Presidente zimbabweano Robert Mugabe, quando muitos dos dirigentes do continente não ousavam afrontar o herói da libertação do Zimbabwe. Em Março de 2007, perante a deterioração da situação económica do Zimbabwe, Mwanawasa comparou o país vizinho a “um Titanic prestes a naufragar”. 

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