domingo, 15 de junho de 2008

Integração regional ignorou o cidadão - segundo investigadora Irae Lundin

A INVESTIGADORA do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, Iraê Lundin, defende que a integração regional na Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) não foi concebida do ponto de vista do cidadão.Maputo, Sexta-Feira, 13 de Junho de 2008:: Notícias Para Lundin, que também desempenha as funções de docente no Instituto Superior de Relações Internacionais, a integração regional está, apenas, direccionada a questão do comércio, colocando o cidadão em último lugar.Para defender a sua tese, Lundin referiu que a remoção de vistos, em curso na SADC é uma realidade, porém, não se discute sobre os prováveis impactos no cidadão.O argumento por detrás da remoção dos vistos é facilitar a circulação de pessoas e bens na região, removendo desde modo todas as barreiras entre os países.De referir que quando Moçambique e África do Sul removeram os vistos de entrada, os serviços Nacionais de Migração registaram uma enchente fora do normal. A situação deveu-se a facilidade que foi criada para entrar naquele país vizinho.“A integração regional não está a ser desenhada em termos do cidadão, mas sim do comércio. Quando se fala da integração regional não se fala dos cidadãos, do efeito causado pelas facilidades criadas no cidadão” denunciou.Lundin defendeu, igualmente, que quando se discutiu a questão da integração regional, não ficou claro qual seria o papel dos comerciantes do sector informal.Para Lundin, a atenção foi direccionada para o sector comercial formal, quando a realidade de Moçambique, em particular, e de outros países da região, no geral, mostra uma predominância de comerciantes informais.“Não se discutiu o papel dos comerciantes do sector informal, que seria importante principalmente se tivermos em conta que a maior parte da economia nacional é sustentada pelo sector privado” referiu.Tudo isto porque tanto o cidadãos como os comerciantes do sector informal são afectados directamente com as medidas que visam garantir a integração regional que iniciou com a entrada da zona de comércio livre na SADC.Os cidadãos vêm facilidades de entrar noutros países e lá encontrarem o que precisam e não encontram em Moçambique, quando os comerciantes vêm criadas todas as condições para adquirirem produtos para venderem no país.Estas situações propiciam um movimento cada vez mais intenso de entrada noutros países e nalguns casos as pessoas decidem ficar por lá.

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