segunda-feira, 16 de junho de 2008

Mão capaz de movimentos complexos e independentes dos dedos é o dispositivo protésico mais avançado do mercado.
A prótese biónica mais avançada do Planeta à disposição dos consumidores há quase um ano - embora não tenha ainda representante em Portugal -, foi galardoada com um dos maiores prémios para Investigação e Desenvolvimento (I&D) do Reino Unido.
O reconhecimento público da mão artificial, que consegue simular movimentos de um realismo inédito, ocorreu no início da semana passada com a atribuição, em Londres, do prémio MacRobert, da prestigiada Academia Real de Engenharia. O dispositivo protésico, denominado i-LIMB, que comporta cinco dedos autónomos, foi já aplicado em mais de 200 pessoas a título experimental, incluindo soldados norte-americanos que perderam membros durante a guerra do Iraque. O milagre começou a ser desenvolvido na Escócia, em 1963, no âmbito de um projecto para auxiliar crianças afectadas pela talidomida - que se caracteriza pelo atrofia dos membros -, tendo começado a ser comercializado em Julho de 2007 e produzido por uma empresa do Reino Unido sediada em Mid Calder, Livingston, denominada Touch Bionics. Um dos primeiros beneficiários do invento, que sofreu uma amputação quádrupla, Ray Edwards, confessou à BBC que "quando o braço (protésico) foi colocado, as lágrimas rolaram-me pelo rosto. Foi a primeira vez, em 21 anos, que vi uma mão a abrir-se", afirmou, referindo-se ao próprio membro. "Posso segurar numa caneta e fazer muitas coisas que antes me eram impossível", garantiu. A mão i-LIMB corporiza um conceito delineado pelos investigadores da NHS. "A mão tem duas característica únicas", explicou Stuart Mead, administrador da Touch Bionics. "A primeira é que tem um motor em cada dedo, o que significa que cada qual é comandado e articulado independentemente" referiu. "O segundo é que o polegar se pode mover num ângulo de 90 graus, tal e qual um dedo humano. O dispositivo é a primeira prótese que simula tanto a forma como a função da mão humana", garantiu. Não obstante outras empresas e organizações terem já desenvolvido mãos mais avançadas, como a Agência Espacial norte-americana (Nasa) e ao departamento de investigação militar dos EUA, a Darpa, "todas elas são protótipos - só a nossa está comercialmente disponível", disse Mead, referindo que a mão não exige cirurgia para ser aplicada no coto dos pacientes, graças a dois eléctrodos aplicados na pele que absorvem os sinais mioeléctricos". Tais impulsos são gerados pela contracção das fibras musculares no corpo. "Eles são usados pelo computador nas costas da mão, que faz duas coisas: interpreta esses sinais e controla a mão", afirmou.

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