terça-feira, 17 de junho de 2008

«MOZA BANCO» não será um banco a retalho





A MOZA BANCO é um banco comercial. Nós não vamos ser um banco de retalho com balcões em toda a parte. Iremos focalizar a nossa atenção em servir o cliente e gerir as oportunidades que o mesmo nos oferecer” – António de Almeida Matos, Administrador do «MOZA BANCO» O «Moza Banco» apresentou-se como um banco que “vai dedicar-se a todas as transacções permitidas por lei aos bancos universais” que “nesta fase inicial dará ênfase ao Corporate e ao Investment Banking” mas que “até Outubro próximo pretende inaugurar novas instalações na cidade de Maputo para realizar operações de private banking, para a gestão de activos de clientes”.

Ontem, dia em que a moeda moçambicana, o Metical, celebrava mais um ano em circulação, nada mais do que o seu 28.º aniversário, o «Moza Banco» apareceu a anunciar o início de actividade com sede numa velha residência, em frente da igreja da Polana, conhecida até aqui como propriedade de Jacinto Veloso. A cerimónia solene aconteceu à tarde mas a manhã foi preenchida por uma conferência de imprensa de cujo painel fizeram parte Prakash Ratilal, PCA da nova instituição financeira, e Jorge Ferro Ribeiro, presidente da Comissão Executiva da Geocapital e investidor português parceiro de Stanley Ho um conhecido empresário chinês com interesses em diversos sectores de actividade, dos quais se destacam o jogo e outros segmentos da industria de entretenimento, turismo, transportes marítimos e aéreos, imobiliária e finança. O «Moza Banco» apresentou-se como um banco que “vai dedicar-se a todas as transacções permitidas por lei aos bancos universais” que “nesta fase inicial dará ênfase ao Corporate e ao Investment Banking” mas que “até Outubro próximo pretende inaugurar novas instalações na cidade de Maputo para realizar operações de private banking, para a gestão de activos de clientes”. “A médio e longo prazos, o «Moza Banco» tem como meta abrir duas filiais provinciais ou distritais por ano”. Prakash Ratital esclareceria que o banco que acaba de se instalar e a cujo Conselho de Administração preside não vai ser um banco de desenvolvimento como se chegou a especular. Vai ser antes um puro banco comercial e de investimentos que se apresenta como “a expressão da confluência de interesses empresariais associados «à Moçambique Capitais, SA», sedeada na cidade de Maputo, e a Geocapital, com sede em Macau. Foi ainda anunciado que fazem parte do grupo de accionistas 218 moçambicanos e entidades legalmente autorizadas a operar em Moçambique. A Geocapital, SA, o parceiro âncora, é um nome a que se encontra geralmente associado o jurista luso e actual presidente do Partido Socialista português, Almeida Santos. Foi apresentada na circunstância como a convergência expressão de interesses empresariais localizados no sudoeste da Ásia, com destaque para Macau e Hong Kong, importantes praça financeiras mundiais sob soberania da República Popular da China, e o conhecido investidor Stanley Ho, a «Shun Tak Holdings» e o «Seng Heng Bank» um dos mais relevantes grupos do continente asiático. O «Moza Banco» diz que hoje o seu capital social é de 12,5 milhões de dólares americanos, “dos quais dois terços já se encontram realizados”. O “capital social autorizado, em meticais, é equivalente a 15 milhões de USD, com maioria moçambicana”. O PCA Prakash Ratilal referiu a propósito que o nos próximos dez anos a intenção do banco é aumentar o seu capital e “investir no país de forma continua e consistente”. António de Almeida Matos, um dos administradores do «Moza Banco» falando em exclusivo ao «Canal de Moçambique», disse a instituição ontem inaugurada “vem dar mais robustez ao mercado financeiro em Moçambique e tem como novidade o facto de iniciar com o capital de 15 milhões de dólares, dos quais, 51% são detidos por entidades radicadas em Moçambique”. Ainda de acordo António de Almeida Matos, o banco irá procurar apoiar a área de investimentos, desenvolvendo negócios para o crescimento económico de Moçambique. “Faremos uma gestão muito cuidada e ética de modo a ter um atendimento dedicado ao nosso cliente”, frisou. Matos disse também que pelo facto de se tratar de um banco “mais pequeno” estará capaz de prestar “mais atenção a cada um dos nosso cliente”. “Nós não vamos ser um banco a retalho com balcões em toda a parte. Vamos ter que focalizar a nossa atenção em servir e gerir as oportunidades que o cliente nos oferecer”. Por outro lado, António de Almeida Matos disse que “o «MOZA BANCO» é um banco que se vai enquadrar na legislação existente em Moçambique e irá procurar apoiar novos projectos que estejam virados para impulsionar o ambiente de negócios”. Almeida Matos definiu MOZA BANCO como “um banco comercial e empresarial”. “Não é um banco de Desenvolvimento”. Quanto à falta de crédito de que se queixam empresas e indivíduos e sempre que surge um novo banco na praça é uma das principais expectativas Matos salientaria que “a capacidade de as pessoas apresentarem as garantias necessária para que se lhes seja concedida o crédito é que não existe”. “O negócio dos bancos é emprestar dinheiro mas tem que ter garantias de reembolso, o que nem sempre acontece”, frisa. Na óptica de António de Almeida Matos “alguns problemas que a nossa sociedade enfrenta no aceso ao crédito devem ser resolvidos por outro tipo de bancos”. Vai daí aponta que os bancos de desenvolvimentos é que devem ter esse papel, pois, “tem apoios financeiros internacionais especiais, com juros muito baixos para também poderem emprestar o seu dinheiro a juros muito baixos”. Por seu turno, o Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, disse a jornalistas que a «MOZA BANCO» veio juntar-se aos vários já existentes para o cumprimento dos três objectivos traçados pelo Governo no sector financeiro: “a abrangência, a diversificação a e acessibilidade”. Na vertente da abrangência, Gove salientou que há necessidade dos bancos chegarem “aos sítios mais recônditos do País, onde existe população a trabalhar e a criar riqueza” pois “essa população precisa de instituições de crédito que lhes sejam acessíveis”. Gove viria ainda a considerar que “em Moçambique é preciso haver concorrência entre os bancos para possibilitar a tendência de baixa de preços/juros no que diz respeito ao acesso a créditos”. “É preciso também continuarmos a assegurar a estabilidade macroeconómica, o que temos estado a conseguir apesar de muitas adversidades, sobretudo as provenientes de fora e que têm a ver com os choques externos nos preços dos cereais e dos combustíveis”, alegou a dado passo o governador do Banco Central, Ernesto Gove. De referir a terminar que durante a governação dirigida por Samora Machel, o PCA do «Moza Banco», Prakash Ratital, foi governador do Banco de Moçambique.

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