quinta-feira, 10 de julho de 2008

Procura-se quadro legal para energias renováveis

UM quadro legal e uma estratégia sobre energias renováveis poderá ser adoptado até ao final do ano, tendo em vista a exploração de outras alternativas limpas que favoreçam o desenvolvimento do país e da região. Enquanto isso, já se está a trabalhar na avaliação das potencialidades nacionais no que se refere a energias renováveis, havendo estudos com vista ao estabelecimento de centrais de produção de energia eólica na Ponta d’Ouro, província do Maputo, e no Tofinho, em Inhambane.O facto foi dado a conhecer pelo director para a área de Novas Energias no Ministério da Energia, António Saíde, que apresentou ontem, em Maputo, as oportunidades de investimento no sector ao grupo de empresários italianos integrados na missão “Itália em Maputo”.De acordo com António Saíde, que falava à nossa Reportagem, dentro de três meses estará disponível o “draft” de política e estratégia, após o que se seguirão discussões e afinação do mesmo, na perspectiva de que até final do ano esteja concluído para uso e implementação.A nossa fonte justificou que a área de energias renováveis é nova, apesar de já existirem experiências no que se refere ao uso da biomassa, da hídrica e solar, que são energias limpas. No caso do carvão e lenha, segundo indicou, a questão que se coloca é em termos da sustentabilidade do seu uso.Neste momento, segundo indicou António Saíde, a estratégia está sendo concebida atendendo à diversificação da matriz energética com base em energia limpa. É neste quadro que se iniciou há um ano e três meses a medição do potencial eólico (dos ventos) para fins de energia, com a montagem na Ponta d’Ouro e Tofinho de duas pequenas estações a 10, 20 e 30 metros.Os resultados são encorajadores e apontam para ventos médios de seis e sete metros por segundo, adequados para a instalação de um parque eólico para a geração de electricidade. No entanto, as recomendações técnicas dizem que é necessário medir durante pelo menos dois anos e um máximo de cinco.“Os resultados são promissores e isto permite responder às nossas necessidades e, sempre que possível, dos mercados que se predispõem a usar esta energia. Conhecer o potencial é fulcral para avançarmos com projectos concretos. O custo de uma turbina de 1MW está situado em um milhão de dólares e só podemos avançar depois de termos toda a informação sistematizada para definirmos o pacote”, disse.A missão italiana tem prevista para hoje uma deslocação à província de Nampula, onde vai tomar contacto com alguns projectos na área de infra-estruturas, agricultura e agro-indústria, turismo, entre outras.Na segunda-feira, o Vice-Ministro italiano para o Desenvolvimento Económico, Adolfo Urso, afirmou que Moçambique apresenta-se como opção importante de internacionalização em diversos sectores nos quais as empresas italianas manifestam excelência. Existe já uma parceria política muito importante e agora a Itália aspira a tornar-se também num parceiro económico robusto.

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