terça-feira, 8 de julho de 2008

Alvoroço na EMOSE

As viaturas foram compradas na Toyota de Moçambique por vias obscuras. O seu processo de aquisição não deu entrada nos serviços administrativos que eu dirigia e que continuo a dirigir neste novo elenco, tal como acontece no âmbito de aquisição de outros bens da empresa" – Paulo Djedje, director dos Serviços Administrativos e Patrimoniais da Emose.
A Emose - Empresa Moçambicana de Seguros, está em alvoroço devido a uma carta anónima. Com muitos detalhes, admite-se que tenha sido iniciaiva de algum sector laboral, mas também não está posta de parte a hipótese do seu autor ser alguém ao mais alto nível da empresa, no activo ou já desligado da gestão corrente, que repudia os desmandos alegadamente perpetrados pelo actual Conselho de Administração. A carta em causa contém detalhes que sugerem que não se trata de denúncias de simples trabalhadores da empresa. Também não está identificada a origem ficando sem se poder perceber se a sua proveniência é da sede da EMOSE ou de alguma delegação. É sabido que a Emose tem delegações não só em Maputo, como também em Quelimane e Beira. A carta, como agora se especula nos meios da empresa terá sido "forjada por altos dirigentes da empresa para desviar as atenções do público. Alguns ainda no poder e outros já de fora de vido à sua gestão danosa". Ao que apuramos, entretanto, que há de facto "descontentes" na empresa. Porque "lhes foram arrancados o saco azul e outros bens" como consta nos meios da empresa. Não se conhecem autores mas suspeita-se que a carta provenha de alguém que já teve poder. Nos gabinetes da Emose, em Maputo e pelo país afora as emoções são intensas. Afirma-se que "a carta circula há mais de duas semanas". E corre pelos endereços de email fora da empresa. "Já corre por todas as delegações da Emose", mas ninguém a assina. "Não se trata de uma carta vinda de nenhum trabalhador simples", é o que corre na empresa. A história da carta que se tenta fazer crer que parte de simples trabalhadores contam-nos que "começa em 2005, altura em que os cofres da Emose não tinham dinheiro para pagar aos seus segurados, facto que obrigou o novo Conselho de Administração a pedir um empréstimo de 135 milhões de meticais à Bolsa de Valores de Moçambique para dar andamento aos projectos que a empresa já tinha herdado da administração cessante". Mas ninguém quer dar a cara para que se possa entender melhor o que está realmente a acontecer. Sabe-se apenas que a carta está a perturbar o ambiente na EMOSE. Um Conselho de Administração anterior ao actualmente em funções era presidido por Pedro Bule, e integrava Bernardo Cumaio, Armando Blyton, Venâncio Mondlane e Mário Samboco. Os dois últimos, são acusados de corrupção e anarquia. Foram reconduzidos e integram o actual Conselho de Administração. Admite-se que ai esteja também uma explicação para tamanho alvoroço que faz agora parte do dia a dia da empresa. Fala-se que tudo começa porque há cinco viaturas adquiridas para igual número de administradores. "Tinham ficado com cinco viaturas de marca Land-cruser compradas de forma duvidosa na Toyota de Moçambique, num processo de ignorou os serviços administrativos da Emose". Entretanto, uma fonte da Emose que solicita anonimato garante que Pedro Bule e Bernardo Cumaio, que ocupavam os cargos de Administrador-delegado e da Organização e Gestão, respectivamente, "são as pessoas que estavam por detrás de aquisição de bens da empresa" e "para além de que compravam bens sem consultar os serviços administrativos não queriam deixar o poder". Mas ninguém prova absolutamente nada. É o diz que se diz e não se consegue apanhar a ponta do fio da meada. Nos bastidores da Emose andam nomes sonantes: Pedro Bule e Bernardo Cumaio são apontados como sendo "as pessoas de não estão contentes com a actual administração porque eles queriam continuar no poder". E assim se conclui sem o mínimo de provas que os mesmos sejam de facto os autores da carta anónima que está a criar mau ambiente na EMOSE. Sobre a aquisição de cinco viaturas compradas na Toyota de Moçambique, por vias obscuras e com o dinheiro tirado dos cofres da Emose, há de facto uma história e quem dê a cara por ela. O director dos serviços administrativos e patrimoniais, Paulo Djedje, disse ao que "circulam por ai fora da empresa cinco viaturas Toyota Land-cruser que forma adquiridas com o dinheiro da Emose. Eu fui director dos serviços administrativos e patrimoniais nessa altura e ainda continuo embora o elenco seja outro". Por vias obscuras… Paulo Djedje, sem evasivas disse que "as viaturas foram compradas na Toyota de Moçambique por vias obscuras. O seu processo de aquisição não deu entrada nos serviços administrativos que eu dirigia na altura tal como acontece sempre no âmbito de aquisição de outros bens da empresa", garante. De seguida explica que "em condições normais qualquer bem que é adquirido numa empresa deve passar pelos serviços administrativos" mas assegura que para o caso concreto dessas viaturas "o processo foi invertido". Ainda de acordo com o Paulo Djedje, as referidas viaturas que “hoje são pertença pessoal dos antigos administradores da Emose, foram compradas com as ordens de Bernardo Cumaio”, "que na altura acumulava os cargos de administrador da organização e gestão e, simultaneamente, administrador financeiro". Outros dados indicam ainda que Venâncio Mondlane, que já era Presidente do Conselho de Administração da Emose e foi reconduzido e mantém-se no cargo “por não ser executivo nunca teve voz activa”. “Os restantes administradores foram quem sempre cuidaram de tudo até das finanças quando o deliberavam”. De referir que antes de 17 de Setembro de 2005, altura em que o actual Conselho de Administração tomou posse, o antigo CA era composto para além de Venâncio Mondlane como PCA ainda por Pedro Bule, administrador-delegado; Bernardo Cumaio, administrador de organização e gestão; Mário Samboco, administrador de exploração e imobiliário; Armando Blyton, administrador de exploração de seguro.

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