sábado, 26 de julho de 2008

Gaza: tensão Hamas-Fatah depois de atentado que vitimou cinco activistas e uma criança


Cinco activistas palestinianos do braço armado do Hamas e uma criança de quatro anos foram mortos ontem à noite num atentado atribuído a grupos palestinianos não identificados perto de uma praia, em Gaza, segundo o mais recente balanço de vítimas feito pelas equipas médicas do hospital Shifa. O Hamas já responsabilizou a Fatah, o movimento liderado por Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestiniana.
Um activista, Hassan el-Helu, que fazia parte de um grupo de 15 pessoas feridas, acabou por morrer durante a madrugada, acrescentaram as mesmas fontes.
Todos os activistas mortos faziam parte das Brigadas Izz din al-Qassan, o braço armado do Hamas, o movimento islamista que controla a Faixa de Gaza desde o Verão do ano passado. O engenho explodiu perto da viatura em que viajavam as vítimas, segundo testemunhas locais.
O Exército israelita negou qualquer envolvimento no ataque.
As Brigadas Izz din al-Qassan indicaram, por seu lado, que “diversos suspeitos” foram detidos na Faixa de Gaza, sem precisar o número exacto de pessoas. Entre as pessoas interpeladas figura um operador de câmara da cadeia de televisão alemã ARD, Sawah Abu Safe, indicaram responsáveis palestinianos.
As brigadas acusaram “grupos que fugiram da Faixa de Gaza com o inimigo” de estarem na origem de uma campanha de atentados, numa referência aos elementos da Fatah, que abandonaram o território no Verão passado, depois de este ter sido tomado pelas forças do Hamas.
Um dirigente do Hamas, Hallil al-Aya, bem como as Brigadas Izz din al-Qassan, acusaram “grupos (palestinianos) que colaboram com o inimigo (Israel)” de estarem na origem da explosão. “São grupos que atentam contra a segurança do povo palestiniano e, dessa maneira, ajudam o inimigo”, afirmou à AFP Hallil al-Aya, apelando aos responsáveis do Hamas e aos combatentes que aumentem a “vigilância e a prudência”.
Mas o movimento foi ainda mais longe, num comunicado divulgado poucas horas depois do atentado, e acusou a Fatah de Mahmoud Abbas de estar por detrás do ataque. "Este acto criminoso prova que o apelo ao diálogo lançado a partir de Ramallah - o quartel-general de Abbas - constitui uma mentira destinada a lançar pó para os olhos e a dissumular uma conspiração tendo por objectivo matar e aterrorizar as nossas forças de segurança", indicou o Hamas em comunicado.

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