domingo, 20 de julho de 2008

Mbeki apoia Mugabe para impedir Zuma de chegar ao poder em Pretória

A inflexibilidade que Thabo Mbeki denota em relação à sua atitude de “contemporização” com Robert Mugabe, é atribuída em primeira linha a razões de política interna e a interesses do próprio face à mesma, considera o África Monitor Intelligence de que é editor o jornalista Xavier de Figueiredo.
De acordo com aquele jornal português, o apoio a Thabo Mbeki nas fileiras do ANC (aparelho e bases) está nitidamente a crescer e uma das causas identificadas do fenómeno é o seu alinhamento com Robert Mugabe – figura admirada em certos meios da elite política sul-africana e da população por razões como a sua capacidade para “fazer frente” à Grã-Bretanha e Estados Unidos da América.
O crescimento do apoio interno ao presidente sul-africano Thabo Mbeki, é proporcional a um aparente isolamento de Jacob Zuma, presidente do ANC e um crítico acérrimo de Robert Mugabe. Supostamente por isso Zuma está a começar a sofrer consequências, considera o África Monitor.
Thabo Mbeki aspira a retomar a liderança do ANC num congresso extraordinário a convocar no seguimento de um provável revés de Jacob Zuma em tribunal conquanto venha a ser julgado, como se prevê, ainda este ano.
A lei impede o actual chefe de Estado sul-africano, Thabo Mbeki de se voltar a candidatar à Presidência da República, mas a intenção que o move de regressar à liderança do ANC, perdida no último congresso para Jacob Zuma, é a de promover a candidatura de Kgalema Mothlante como seu substituto na Presidência da República. Nas circunstâncias actuais seria o próprio Jacob Zuma a apresentar-se como candidato do ANC na sua condicção de actual líder do partido que tem maioria e governa a África do Sul.
O apoio de Thabo Mbeki a Robert Mugabe, na análise de Xavier de Figueiredo, também é internamente justificado pela conveniência de não deixar este à mercê de Angola e das suas influências.
Os conselheiros de Mbeki também consideram que na actual conjuntura, marcada por disputas com Jacob Zuma, o apoio a Robert Mugabe não o afecta especialmente no plano internacional.
Os grandes parceiros da África do Sul agem condicionados por lógicas como a de que criticar Mbeki é dar trunfos a Zuma nas lutas entre ambos. Recentemente a Alemanha mandou encerrar investigações sobre um caso corrupção detectado compra de equipamento naval pois o desenvolvimento das investigações, de acordo com conjecturas pertinentes, poderia comprometer Thabo Mbeki.

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