domingo, 20 de julho de 2008

Rankings mundiais colocam Moçambique em posição desgostosa


Revisitando os rankings universais que classificam os Estados do mundo que mais "contam" em diversos domínios sócio-políticos, pode-se ver Moçambique a ocupar sempre posições de cauda, facto este que nada dignifica Moçambique, para além de evidenciar claramente que a vida de luxo de que desfrutam certas personalidades no país, é muito restrita quando vista num contexto mais alargado onde sobressaem as mazelas. A piorar a situação, o ano transacto, 2007, foi de descidas, em quase todos domínios da vida social, económica e política de uma nação, Moçambique, registou recuos.
Aqui trazemos dados de algumas áreas relevantes da vida do país, de organismos internacionais que classificam praticamente todos os países do mundo, de acordo com um conjunto comum de critérios. A seguir a análise, sector por sector.

Liberdade de Imprensa

No domínio da comunicação social, o país registou um recuo de 26 lugares, no ano de 2007.
Em termos de Liberdade de Imprensa, segundo o relatório anual da organização internacional «Repórteres Sem Fronteiras», sedeada na capital francesa, Paris, Moçambique desceu 26 lugares no «ranking» mundial. Ocupa agora o 73º lugar contra o 47º que ocupava no período anterior.
Este recuo na Liberdade de Imprensa representa um perigo para a jovem democracia que Moçambique está a seguir. O porta-voz do Governo moçambicano, Luís Covane, comentou este desaire e disse que "o governo reconhece a descida e promete melhorar".
A classificação da RSF engloba um total de 179 países dos cinco continentes.

Índice de Desenvolvimento Humano

Na lista dos países do mundo avaliados pelo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), pelas Nações Unidas, Moçambique ocupa a 172ª, a escassos cinco posições do último lugar ocupado por Serra Leoa. Esta posição é fruto de uma caída de quatro degraus em comparação com o ano 2006, onde o país ocupava o 168º lugar do Ranking mundial.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é uma medida comparativa de riqueza, alfabetização, educação, esperança média de vida, natalidade e outros factores. É uma maneira padronizada de avaliação e medida do bem-estar de uma população, especialmente o bem-estar infantil. Foi desenvolvido em 1990 pelo economista paquistanês Mahbub ul Haq, e vem sendo usado desde 1993 pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) nos seus relatórios anuais.

Produto Interno Bruto

O Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique caiu sete (7) posições, de 2006 para 2007. No ano de 2006 Moçambique ocupava a 114ª posição de um total de 179 países classificados pelo Banco Mundial. Já em 2007 o País encontrava-se na 121ª posição, numa classificação de 180 países, desta vez ordenada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). É mais um recuo registado na vida deste "belo Moçambique", como o presidente da República, Armando Guebuza, tem carinhosamente tratado a nação que ao mais alto nível dirige. E esta desgraça pesa ao "maravilhoso povo moçambicano", como a mesma figura trata o povo por si governado.
O Produto Interno Bruto (PIB) designa o valor total de bens e serviços produzidos por uma nação em um dado ano.

Mortalidade Infantil

A fechar este artigo, que tem por finalidade chamar à consciência qualquer moçambicano atento, trazemos ao leitor os dados referentes à mortalidade infantil. Neste domínio que em nada dignifica qualquer nação que seja, o nosso País encontra-se na liderança da lista dos países onde as crianças nascidas em parto normal mais morrem sem completar o seu primeiro ano de vida.
Atrás de Angola -182.31º/∞ (por mil), Serra Leoa-156.48 º/∞, Afeganistão – 154.67 º/∞, Libéria-143 º/∞, Níger – 115.45 º/∞ e Somália, 110.97 º/∞, Moçambique ocupava até Janeiro do presente ano, a destacável sétima posição da lista dos países onde as crianças mais morrem, com um total de 107.84 crianças a morrer sem completar o primeiro ano, em cada mil nascimentos.
Estas dados chamam à reflexão qualquer moçambicano que não deixe de questionar se realmente o País está a desenvolver-se como certos políticos têm vindo a propalar. Perante a cegueira da maioria da população, tudo indica que estamos a caminhar para uma situação crítica e não para melhor. Todos os rankings nos mostram que entrámos em queda. Despertar recomenda-se, pois a situação está a tornar-se incontornável apesar de todos os dias nos virem aguçar a “auto-estima” com o discurso do combate à pobreza absoluta, um desejo pelos vistos, adiado.

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