terça-feira, 13 de maio de 2008

Agência britânica diz que Microsoft fere interesse de estudantes

Uma agência do governo britânico disse à Comissão Europeia que o pacote Office da Microsoft não funcionava bem com programas concorrentes em escolas britânicas, ferindo o interesse dos alunos, professores e pais.
Os programas precisam ter os mesmos padrões para trabalharem juntos mas a agência britânica afirmou que a Microsoft oferece apenas seu próprio "padrão aberto (livre)" em vez de um suporte eficaz para o Open Document Format (ODF) que, segundo a agência, aumenta as escolhas dos estudantes.
Stephen Lucey, director-executivo da British Educational Communications and Technology Agency (BECTA), afirmou que o dano vai além de afectar os concorrentes.
"Tais barreiras podem ferir também o interesse da educação e organizações de treinamento, alunos, professores e pais", apontou Lucey em comunicado.
A Becta queixou se no ano passado ao Office of Fair Trading (departamento de comércio justo) britânico e enviou uma cópia da reclamação para a Comissão Europeia esta semana.
"Essas são questões que já observamos num contexto de investigação de interoperabilidade que abrimos em janeiro de 2008", afirmou Jonathan Todd, porta-voz da Comissão.
A Microsoft afirmou em comunicado que está "profundamente comprometida" em fazer seus programas funcionarem bem com outros softwares.
"Criamos as ferramentas de desenvolvimento para promover a interoperabilidade entre o Office 2007 e produtos baseados no formato de arquivo Open Document Format", afirmou a empresa.
Lucey discorda. Ele afirma que a Microsoft gerou problemas para usuários com menos conhecimento técnico, dificultando o uso do ODF.
O ODF é um formato de arquivo não proprietário cujas especificações completas estão disponíveis para consulta por qualquer usuário e foi originalmente desenvolvido pela Sun Microsystems .
Lucey coloca que o problema com a Microsoft vai além do estabelecimento dos padrões. A Becta também queixou se sobre as condições sob as quais a Microsoft licencia seus programas para escolas.
Na semana passada a Microsoft apelou conta uma multa de 899 milhões de euros imposta pela Comissão Europeia por não ter arcado com as exigências, originalmente impostas em 2004, de permitir interoperabilidade com programas de servidores.

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