sexta-feira, 30 de maio de 2008

Antigo Adido de Imprensa da Casa Branca denuncia maquiavelismo de Bush


Num livro a ser lançado nos Estados Unidos na próxima segunda-feira pelo antigo adido de imprensa da Casa Branca, Scott McClellan, o actual governo norte-americano é apresentado como maquiavélico. Intitulado, “O Que Aconteceu: No Interior da Casa Branca de Bush e a Cultura da Fraude em Washington” (What Happened: Inside the Bush White House and Washingtons Culture of Deception), o livro traça uma imagem de manipulação ostensiva dos factos relacionados com o Iraque, de “divulgação sub-reptícia de informações secretas” pelo próprio governo, de uma Casa Branca “atolada em propaganda”, e de golpes baixos envolvendo pessoas próximas do presidente Bush, como foi o caso de Lewis Libby que chegou a ser condenado a mais de 2 anos de cadeia por crime de perjúrio e de obstrução à justiça. O presidente Bush viria a conceder uma amnistia a Libby. Tratando da invasão do Iraque, Scott McClellan afirma que o presidente Bush serviu-se do ataque de 9 de Setembro contra as torres gémeas de Nova Iorque como pretexto para invadir aquele país, alegando a posse de armas de destruição massiva por parte do regime de Saddam Hussein. Na realidade, o objectivo era a redefinição da geopolítica do Médio Oriente em que Bagdade serviria de placa giratória para os desígnios hegemonistas de Washington. O autor tem sido alvo de críticas por parte de antigos colegas seus e de dirigentes do actual governo norte-americano. Alguns acusam McClellan de ter demorado bastante a fazer as suas revelações, e que ele próprio defendera tudo quanto agora denuncia, em particular os pretextos utilizados pela Casa Branca para desencadear a guerra de agressão contra o Iraque. A secretária de Estado, Condoleezza Rice, rejeita a tese defendida por McClellan relativamente ao Iraque, afirmando que Bush fora “bastante claro” de que as preocupações de que Saddam Hussein possuía armas de destruição massiva haviam sido a razão fundamental para o lançamento da guerra. Em declarações à imprensa nas vésperas do lançamento do livro, Scott McClellan afirmou ter acreditado piamente em Bush e de gente próxima do presidente, só se apercebendo mais tarde do logro em que caíra. (Redacção /BBC World / CNN)

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