segunda-feira, 19 de maio de 2008

Zimbabwe: Líder da oposição adia regresso alegando tentativa de assassinato

O partido do chefe da oposição do Zimbabwe, Morgan Tsvangirai, acusou hoje, em Nairobi, os serviços secretos militares do regime de Harare de planearem o assassinato de Tsvangirai.

`O Presidente Robert Mugabe e seus companheiros são uns assassinos´, disse à AFP, durante uma curta visita a Nairobi (Quénia), o secretário-geral do Movimento para a Mudança Democrática, Tendai Biti.`Eles matam os nossos apoiantes desde 1980 e agora os serviços militares de Mugabe estabeleceram uma lista de 36 a 40 pessoas a assassinar. À cabeça da lista está o nosso líder Morgan Tsvangirai, eu próprio e o nosso porta-voz Nelson Chamisa´, acrescentou.Sábado, o MDC tinha já confirmado que o regresso de Tsvangirai ao Zimbabwe tinha sido adiado devido a uma `tentativa de assassinato´ que estava a ser preparada contra si.O porta-voz da oposição, George Sibotshiwe, indicou não poder `dizer se os actores governamentais estavam ligados ou não a essa ameaça´.De acordo com o secretário-geral do partido `há um grupo de 18 atiradores dos serviços secretos que estão responsáveis pelo assassinato´ de Tsvangirai e de outros membros do MDC que figuram na lista.`Trata-se do mesmo grupo de pessoas que mata os nossos membros há já algum tempo´, afirmou, acusando os agentes dos serviços secretos de terem assassinado dois dirigentes do movimento de jovens do MDC.Tsvangirai abandonou o país no início de Abril, pouco depois das eleições presidenciais de 29 de Março, tendo ficado à frente de Mugabe na votação.Tsvangirai tentou convencer a comunidade internacional a intervir na crise pós-eleitoral, encontrando-se - entre outros - com dirigentes da África Austral. A sua segurança foi igualmente evocada como explicação para a sua saída do país.Depois das eleições de Março, que se desenrolaram de forma pacífica, o Zimbabwe mergulhou na violência. O MDC afirma que cerca de 40 dos seus apoiantes foram mortos por simpatizantes de Mugabe e acusam o regime de orquestrar uma campanha de violência e de intimidação para fazer pender a balança em seu favor na segunda volta das presidenciais.Tsvangirai, que anunciou no fim-de-semana passado que irá voltar ao país `dentro de poucos dias´, estabeleceu uma série de condições para a sua participação na segunda volta eleitoral, nomeadamente a presença de observadores ocidentais e o envio de uma força regional de manutenção da paz.Apesar da recusa do regime de Robert Mugabe de aceder aos seus pedidos, o MDC abriu oficialmente no domingo a sua campanha para a segunda volta, exprimindo a sua intenção de `enterrar´ a Zanu-PF (União Nacional do Zimbabwe - Frente Patriótica, no poder).

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