quarta-feira, 14 de maio de 2008

Bush inicia visita ao Médio Oriente



O Presidente dos Estados Unidos, George Bush, chega esta quarta-feira Israel para uma visita que marca o sexagésimo aniversário da independência. Bush irá também à Arábia Saudita e ao Egipto. O presidente continua esperançado num acordo entre os israelitas e os palestinianos nos meses que faltam até deixar o cargo. As políticas do presidente Bush já serviram para redesenhar o mapa geo-político da região de formas inesperadas. Com os palestinianos ainda politicamente divididos e o primeiro-ministro israelita Ehud Olmert enfranquecido por alegações de corrupção, este será dificilmento o melhor momento para pressionar no sentido de passos decisivos no interesse da paz.
Interrogações
A instabilidade no Líbano serve para sublinhar as interrogações que rodeiam as políticas da Administração Bush na região. A política de isolamento da Síria e do Irão, que Washington vê como patrocinadores financeiros e políticos da milícia xiita libanesa do Hezzbollah, não funcionou. A democracia libanesa continua tão frágil como era. O Irão também apoia o movimento islamita palestiniano Hamas que exerce o poder na Faixa de Gaza. E como tanto o Hamas como o Hezzbollah claramente têm fortes raízes locais e apoio generalizado dentro das suas próprias comunidades, é inevitável que os laços com Teerão causem alarme em Washington.
Influência regional
O aumento da influência regional do do Irão causou consternação entre os amigos tradicionais sunitas dos americanos na região como o Egipto, a Arábia Saudita e a Jordânia. Mas a simples verdade é que foram as próprias acções de Washington, nomeadamente o derrube do regime de Saddam Hussein no Iraque que alteraram o mapa estratégico do Médio Oriente. Washington instalou depois no Iraque um governo inevitavelmente dominado pela maioria xiita do país. Assim, não admira que os estados árabes sunitas estejam nervosos.
Irão beneficiou
As consequências inesperadas da política dos Estados Unidos beneficiaram o Irão. A ascensão desta potência regional xiita ameaça perturbar a familiar paisagem política. As placas tectónicas foram postas em movimento. O sucessor do Presidente Bush terá de lidar com uma região muito diferente e de longe mais instável do que aquela que Bush encontrou nos seus primeiros meses no cargo.

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