Tensão sobe em Joanesburgo após série de ataques xenófobos

A tensão está a subir em Joanesburgo, na África do Sul, após uma série de ataques contra imigrantes no bairro de Alexandrira, no norte da cidade.

A Polícia indicou que duas pessoas morreram e 40 outras ficaram feridas nestes ataques, precisando que deteve 38 suspeitos por assassinato e tentativa de morte. Algumas das vítimas são cidadãos moçambicanos e zimbabweanos, geralmente acusados pelos nativos de contribuir para a taxa de criminalidade elevada no país. Estes ataques fazem recear um ressurgimento da xenofobia, particularmente pelo facto de os estangeiros serem acusados de `roubar´ os empregos aos nacionais. Em Abril último, barracas pertencentes a zimbabweanos foram saqueadas e incendiadas. As autoridades de Joanesburgo apelaram a todas as comunidades para agir de maneira responsável e ficar calmas. Joanesburgo tem uma longa história de coexistência pacífica entre os cidadãos sul-africanos e os estrangeiros. Durante vários anos, vivemos, trabalhámos, nos divertimos e adorámos Deus juntos. A nossa cidade foi e continuará a ser uma cidade inclusiva´, declarou o porta-voz da cidade, Gabu Tugwana.`A cidade tem uma política de gestão da migração e pretende velar para que todos os que vivem sob a sua jurisdição respeitem as leis deste país, e sejam tratados em conformidade com as regras dos direitos humanos em vigor neste país´, acrescentou.Um Gabinete dos Migrantes foi criado em 2007 para assistir as comunidades de imigrantes, oferecendo-lhes aconselhamentos sobre os serviços e informações relativas às oportunidades económicas e socais.A cidade celebrará a 25 de Maio próximo o Dia de África.`O nosso objectivo é fazer de Joanesburgo uma cidade africana de classe internacional. Neste sentido, reconhecemos a nossa diversidade cultural´, sublinha Tugwana, acrescentando que `devemos fazer o possível para construir uma sociedade dinâmica e inclusiva e continuamos engajados em lutar contra os desafios da pobreza´.`Os que decidirem ser intolerantes e atacarem os imigrantes estarão a semear os grãos da divisão, não muito diferente do nosso passado racista sob o regime do apartheid´, concluiu o porta-voz da cidade de Joanesburgo.