segunda-feira, 19 de maio de 2008

Frangoulis processa Albano Silva

O investigador principal do caso `Carlos Cardoso´ e actual deputado da Assembleia da República pela Frelimo, António Frangoulis, disse que vai processar judicialmente o advogado Albano Silva por causa de um conjunto de actos de calúnia, difamação e injúria que o causídico tem preferido contra a sua pessoa. Na passada segunda feira, Albano Silva rotulou Frangoulis de `mentiroso´ e `servo de crime organizado´.Albano Silva proferiu estas palavras depois de Frangoulis ter dito ao Tribunal que Albano Silva, Zacarias Cossa e Nataniel Macamo, visitavam frequentemente o réu Dudú, na Cadeia Civil com o intuito de industriá-lo a agir contra o investigador.Para Albano Silva, o que António Frangoulis fez no Tribunal foi a repetição das palavras de Vicente Ramaya aquando do julgamento de `Carlos Cardoso´.Albano Silva defendeu que se Frangoulis tivesse provas do que falou no Tribunal teria anexado no processo quando este esteva ainda sob sua direcção. Silva disse igualmente não perceber as motivações que teram levado Frangoulis a ir à B.O e a manter contactos com os detidos em conexão com o Caso `Carlos Cardoso´, numa altura em que o processo em causa já estava acusado e já tinha saído da sua direcção.Albano Silva disse que Frangoulis mentiu várias vezes ao Tribunal ao dizer que foi demitido da direcção da Polícia de Investigação Criminal (PIC) da cidade de Maputo quando estava para receber provas de Anibalzinho que implicavam outras pessoas no assassinato do jornalista, mas que estavam fora da cadeia.O causídico referiu que a demissão de António Frangoulis verificou-se numa altura em que o Caso `Carlos Cardoso´ já estava acusado. Isso significa que todas as diligências que tinham que ser feitas seriam coordenadas pelo juiz e não pelos investigadores da PIC.`O dr. Frangoulis acusa-me de ter ido à cadeia instrumentalizar Dudú, isso é mentira. Na verdade quem foi à cadeia contactar presos foi ele. Ele passa a vida a mentir, dizendo que ia à B.O fazer investigações enquanto que na realidade ia tratar de interesses pessoais que nada tinha a ver com o processo, mas sim com o crime organizado´, disse Albano, acrescentando que por essas alturas o processo já estava acusado e nas mãos do juiz da causa.Sobre as medidas a tomar por causa da alegada difamação de que terá sido vítima na sequencia das declarações do deputado António Frangoulis, Albano Silva disse que não iria revelar à imprensa, mas sim ao Tribunal no momento em que voltar a ser ouvido.No seu depoimento, Frangoulis referiu que a alegação de que Dudú teria sido industriado por ele no sentido de ilibar Vicente Ramaya não passa de mais uma das muitas versões que aquela figura de `feições descomunais´ tem produzido.Para o antigo director da PIC, o réu Dudú tem tido protecção do Estado moçambicano bem como do próprio Albano Silva.Frangoulis referiu que o réu Dudú teve várias `benesses´ da parte do Ministério do Interior, que incluíam o arrendamento de casa luxuosas e tratamentos clínicos `caríssimos´ quando este simulasse qualquer patologia.António Frangoulis referiu que o problema de Albano Silva, é que está habituado a manipular tudo e todos e, quando encontra um obstáculo fica desnorteado.O investigador do `Caso Cardoso´ disse ainda que Albano Silva não tem nenhuma legitimidade para questionar as suas idas à B.O, porque aquele é um simples advogado que devia se preocupar com casos que lhe dizem respeito e não em assuntos alheios.A pedido do assistante de Defesa, António Vasconcelos, e depois das declarações de António Frangoulis, o Tribunal decidiu notificar Almerino Manhenje, Zacarias Cossa, Nataniel Macamo, assim como os jornalistas Augusto de Carvalho e António Salomão para prestarem declarações ao Tribunal.Por sua vez, os advogados da defesa requereram ao Tribunal a chamada de Vicente Ramaya para uma acareação com o réu Dudú.

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