segunda-feira, 19 de maio de 2008

Burocracia e corrupção ainda afectam o negócio


A burocracia, corrupção e o crime organizado continuam a constituir factores que afectam negativamente o ambiente de negócios em Moçambique, segundo a 19ª edição do Índice de Ambiente de Negócios (IAN) da KPMG, uma empresa de consultoria e auditoria, publicado semana finda em Maputo.
Entretanto, para os empresários da província de Nampula, no norte do país, os factores negativos para o ambiente de negócios são as elevadas taxas de juro, importações ilegais e disponibilidade de divisas.A corrupção, a burocracia e o crime organizado são apontados pela maioria dos empresários moçambicanos abrangidos pela pesquisa como os grandes constrangimentos para o desenvolvimento da sua actividade, devendo ser imediatamente resolvidos.A burocracia origina a corrupção e este último pode estar associado ao crime organizado, segundo Paulo Mole, consultor da KPMG. Devido a esta situação, a confiança dos empresários moçambicanos na melhoria do ambiente de negócios em 2008 reduziu.O Índice do Ambiente de Negócios registou uma queda de 3.1 por cento em relação ao ano anterior (2006), tendo se situado em 98.34 por cento. Para Mole, o facto de a confiança dos empresários em relação à melhoria do ambiente de negócios ter reduzido não vai retirar Moçambique da posição que ocupa a nível internacional.Salienta que este é um indicador para o Governo acelerar as medidas com vista a melhorar cada vez mais o ambiente de negócios, resolvendo os problemas mais críticos. Segundo o relatório, a implementação das reformas governamentais com vista à remoção de barreiras e da burocracia para os empresários é a chave para a criação de um ambiente de negócios mais competitivo em Moçambique.Paulo Mole considera que enquanto a nível central houve progressos na simplificação de alguns procedimentos, a nível provincial ainda reina o burocratismo.O documento refere que a burocracia a nível das Alfândegas tem sido preocupante na medida em que o transporte de mercadorias importadas não se harmoniza com os tempos de tramitação dos documentos.O argumento dos empresários é que a mercadoria chega mais cedo que os respectivos documentos, obrigando o importador a incorrer em custos de armazenagem que depois resultam nos preços elevados para os consumidores.Os sectores da indústria, agricultura e pesca, bem como hotelaria e turismo são os únicos que apresentam optimismo quanto ao melhoramento do ambiente de negócios em 2008. Os restantes sectores são pessimistas, nomeadamente comércio e serviços, alimentação e bebidas, construção, banca, transportes, comunicações e energia. A pesquisa abrangeu um total de 600 empresas das províncias de Maputo, Inhambane, Sofala, Manica, Nampula e Niassa. A pesquisa decorreu durante o ano passado, tendo contado com o apoio das embaixadas da Irlanda e da Cooperação Alemã. A mesma foi realizada em parceria com a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) e Câmara de Comércio e Indústria Moçambique e África do Sul (CCIMOSA).

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