terça-feira, 13 de maio de 2008


Multidão mata imigrantes na África do Sul

Na África do Sul, centenas de polícias estão a patrulhar as ruas de um subúrbio de Joanesburgo depois de confrontos violentos entre cidadãos locais e estrangeiros. As autoridades dizem que duas pessoas foram mortas e quarenta ficaram feridas quando residentes de Alexandra perseguiram estrangeiros da área, na sua maioria, moçambicanos e zimbabweanos.

O correspondente da BBC em Alexandra, Mpho Lakage diz que uma multidão de residentes locais em fúria armada com paus e catanas atacou imigrantes de Moçambique, Malawi e Zimbabwe, tentando expulsá-los do subúrbio. A polícia prendeu 15 pessoas.
Pessoas por todo o continente têm sido atraídas pela relativa paz e prosperidade da África do Sul. Isto levou a um aumento do número de ataques violentos contra imigrantes que são acusados de tirar os empregos aos sul-africanos, porque aceitam trabalhar por salários muito baixos e contribuem para a criminalidade no país. A crise económica e política no Zimbabwe provocou um aumento significativo no influxo de migrantes para a África do Sul. Eles violaram a minha irmã... agora receio pela minha vida.
No início deste ano, dois estrangeiros foram mortos e mais de 1000 ficaram sem as suas casas quando estas foram incendiadas por residentes nos arredores da capital, Pretória.

Violação e pilhagem

Cerca de 600 000 pessoas vivem no 'township' de Alexandra , que atri imigrantes de toda a África Austral. O correspondente da BBC em Alexandra diz que a multidão cantava "Expulsemos todos os imigrantes".
"Eles roubaram todo o meu dinheiro, o meu fogão e todos os meus bens pessoas," disse uma mulher de Moçambique. "Eles violaram a minha irmã. Vou me esconder na esquadra da polícia, porque agora receio pela minha vida." "Eles bateram-nos. Dois dos meus irmãos foram mortos", disse uma mulher zimbabweana. Neria Malefetse da polícia de Joanesburgo disse que os seus oficiais estavam a trabalhar para evitar que a situação saísse fora de controle. "Acredito que existe xenofobia na África do Sul;" disse ela. "Mas precisamos de encontrar formas de lidar com problemas e não resolvê-los com o recurso à violência"

O Presidente Thabo Mbeki condenou já os actos de violência.

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