domingo, 25 de maio de 2008

Mugabe desvia Boeing para ir à China

O Presidente zimbabueano, Robert Mugabe, desviou um Boeing 767 da companhia aérea nacional para se deslocar à China, deixando em terra todos os passageiros que tinham bilhetes para esse voo, segundo o ZimOnline.O serviço independente de notícias on-line ZimOnline, refere hoje não ser claro se o que levou Mugabe à China, quarta-feira, foi uma questão pessoal ou de Estado, tendo fontes governamentais sugerido que o Presidente, de 84 anos, se deslocou a Pequim para um exame médico de rotina.Os responsáveis pela companhia aérea foram obrigados a procurar alternativas de transporte para os passageiros que deveriam ter partido nesse avião para Singapura."Fomos informados pela gerência para preparar o Boeing 767, quarta-feira de manhã, para VIPs [Pessoas Muito Importantes, do inglês Very Important People]", afirmou fonte da Air Zimbabwe."Geralmente esta ordem significa encerrar a classe executiva e remover os bancos, substituindo-os por outros mais cómodos, e uma cama", adiantou a fonte da companhia, citado pelo ZimOnline."O avião que deveria ter seguido para Singapura nessa noite foi desviado para levar o Presidente à China, quarta-feira à tarde", segundo a fonte que pediu para não ser identificada.O porta-voz do Presidente, George Charamba, não estava disponível para comentar esta questão, adianta o Zimonline.O responsável executivo da Air Zimbabwe, Peter Chikumba, confirmou que o avião da companhia aérea foi esta semana requisitado para "voar VIPs" para a China.Mas a mesma fonte minimizou o assunto, referindo ser normal que VIPs façam semelhantes pedidos."Não é a primeira vez que isto acontece. É habitual que quando VIPs pretendem viajar requisitem [o avião] e neste caso o pedido foi concedido, e eles estão a pagar para isso", adiantou o responsável."Fizemos percursos alternativos para os passageiros que foram afectados", referiu.Não é a primeira vez que Mugabe obriga aviões a divergir da sua rota programada. É frequente fazê-lo sempre que deseja voar para o estrangeiro e mesmo quando viaja por motivos pessoais, deixando os passageiros em terra, segundo o ZimOnline.A companhia aérea nacional perdeu, desde o início da crise económica do país, em 2000, a sua categoria entre as melhores transportadoras aéreas africanas devido a má gestão e interferência governamental.

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