sexta-feira, 30 de maio de 2008

Governo sul-africano vai documentar imigrantes ilegai

A Ministra sul-africana do Interior, Nosiviwe Mapisa-Nqakula, anunciou ontem (Quinta-feira) que o Governo do seu país poderá emitir documentos de identificação para os imigrantes ilegais residentes na África do Sul.
Falando a um comité parlamentar mandatado para estudar as causas do surto de violência xenófoba contra estrangeiros negros, Mapisa-Nqakula disse que os imigrantes ilegais representam uma grave ameaça de segurança contra a África do Sul se os mesmosc o n t i n u a r e m indocumentados.`Para a segurança do nosso país é importante o registo de todas as pessoas residentes na África do Sul. Para aqueles que já se encontram no país, o Governo terá de analisar as várias opções a sua disposição´, disse a Ministra.Actualmente, a Polícia enfrenta enormes dificuldades para localizar os imigrantes ilegais indiciados de vários crimes pelo facto de o Ministério do Interior não possuir o seu registo. `Quer seja uma autorização temporária ou outro tipo de identificação, o mais importante é que estejam todos devidamente identificados´, explicou a Ministra.Ela não revelou a data provável do início do processo de identificação dos ilegais, limitando-se a afirmar que o assunto deve ser encarado com a máxima urgência, logo que a Polícia conseguir conter a actualonda de violência xenófoba e que forçou mais de 25.000 estrangeiros a abandonar as suas residências.O Governo já anunciou uma moratória que suspende a detenção e deportação de todos os imigrantes ilegais afectados pelos ataques. `Não poderão ser deportados todos aqueles que foram afectados pela violência. Não podemos continuar a violar os seus direitos deportando os mesmos´, disse.A delegação ministerial que foi mandatada pelo Governo para estudar as causas dos ataques ainda não conseguiu concluir a sua investigação. `Não podemos dizer quando é que vamos conseguir apurar todas as causas que desencadearam os ataques. Seria prematuro elaborar agora um relatório sobre as causas que levaram a Africa do Sul a esta fase´, afirmou.Questionada pelo deputado da Aliança Democrática do (DA), Partido da oposição, Mark Lowe, a explicar as razões que a levaram a afirmar inicialmente o envolvimento de uma `terceira força´ nos ataques, Mapisa-Nqakula respondeu que ela havia somente colocado algumas questões.`Da forma como as coisas ocorreram fizeram-nos levantar algumas questões. Para encontrarmos algumas respostas temos que fazer perguntas. Não sabemos se foi uma terceira força, mas não podemos descartar essa possibilidade´, disse ela. Mapisa-Nqakula, que diz acreditar que a pobreza não foi a causa dos ataques, vincou que os centros de acomodação erguidos para os estrangeiros são apenas uma medida temporária e que o principal objectivo do Governo é a sua reintegração no seio das comunidades locais.`Estes são abrigos temporários enquanto continuamos a lutar com os desafios que o nosso país actualmente enfrenta. Não é nossa intenção criar centros permanentes para os refugiados, pois isso seria o mesmo que dizer que apoiamos a xenofobia´, disse.Mapisa-Nqakula defendeu a política do seu país com relação aos cidadãos estrangeiros, afirmando que a política do Governo de reintegrar os refugiados nas comunidades já havia sido `considerada como sendo a melhor prática´ em muitos outros países.

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